O arcebispo de Nova York, cardeal Timothy Dolan, e o arcebispo de Baltimore, William Lori, respectivamente chefe do Comitê de Liberdade Religiosa e chefe do Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos dos EUA, repudiaram a aprovação, na Câmara dos Representantes, da lei do aborto "mais extrema e injusta" na história dos Estados Unidos.

Na sexta-feira (15), a Câmara dos Representantes votou por 219 votos a 210 um projeto de lei chamado "Lei de Proteção à Saúde da Mulher" que, se for aprovado pelo Senado, liberaria o aborto em todo o país a qualquer momento da gravidez.

A lei acabaria com a necessidade de permissão dos pais para que uma menor possa fazer um aborto, anularia o direito à objeção de consciência para aqueles que não querem fazer abortos, obrigaria os contribuintes a financiar abortos e obrigaria os empregadores a pagar por plano de saúde que inclui abortos.

A Câmara dos Representantes, atualmente com maioria democrata, aprovou esse projeto com vistas às eleições de novembro deste ano.

No Senado, os democratas estão dez votos abaixo dos 60 necessários para aprovar definitivamente o projeto. Com os números atuais, dificilmente poderiam ultrapassar o voto dos membros do Partido Republicano.

"A maioria na Câmara dos Representantes votou na sexta-feira para aprovar a lei de aborto sob demanda mais extrema e injusta que nosso país já viu", disseram Dolan e Lori num comunicado de ontem (18).

Para os bispos, “responder às necessidades das mulheres promovendo o aborto sob demanda com impostos, como faria esta lei, é um grave mal e um fracasso na necessidade de amar e servir as mulheres”.

Dolan e Lori também alertaram que "oferecer abortos baratos, em vez de aumentar os recursos para as mulheres que precisam de cuidados para si e para seus filhos, não é uma 'escolha', mas uma coerção e uma negligência insensível".

Os bispos disseram que “repetir o mantra de que o aborto é um cuidado de saúde não o converte nisso, já que acabar deliberadamente com a vida dos seres humanos mais indefesos é a antítese dos cuidados de saúde”.

Por isso, animaram “àqueles que veem o aborto como uma 'solução legítima' para as necessidades das mulheres a que abandonem esse caminho de morte e desesperança”.

Dolan e Lori os animaram a participar da campanha “Juntos com as Mães Necessitadas”, que visa proteger “a vida humana através de um grande cuidado pelas mães e seus filhos”.

Desta forma, concluíram, será possível garantir que as mães “não sejam obrigadas a escolher entre o seu futuro e a vida dos seus filhos”.

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