Os Bispos do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançaram um apelo para que todos se comprometam no enfrentamento da crise sanitária vivida no estado do Amazonas devido à pandemia de Covid-19, onde chega a faltar oxigênio nos hospitais.

“Como Igreja Católica, pedimos das autoridades empenho para evitar o maior número de mortes possíveis, e da população amazonense, que os cuidados e o respeito pelos decretos promulgados sejam assumidos por todos e todas, como instrumento que ajude a conter os efeitos da segunda onda da pandemia”, afirmaram em nota os Bispos do Regional Norte 1, que engloba o norte do Amazonas e Roraima.

Ao expressar sua preocupação e solidariedade “com as pessoas que estão sofrendo as consequências da falta de leitos hospitalares, atendimento médico e oxigênio” no estado do Amazonas, os Bispos indicaram que “o acontecido nos últimos dias é consequência de um surpreendente aumento no número de contágios e falecidos nas últimas semanas no estado do Amazonas, especialmente desde o dia 1° de janeiro”.

A nota traz dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas, segundo a qual, entre 1º e 14 de janeiro, o número de contágios por coronavírus no Amazonas “foi incrementado em 21.786 pessoas, uma média de 1.556 casos diários, e 635 óbitos, uma média de 45 falecidos por dia, a grande maioria em Manaus”.

Além disso, assinala, “o número de enterros nos cemitérios de Manaus, onde no dia 13 de janeiro foram sepultadas 198 pessoas, nos faz pensar que na verdade o número de vítimas da Covid-19 está sendo ainda maior do que apontam os números oficiais”.

Segundo os Prelados, “o relaxamento das medidas de distanciamento e a falta de cuidado pessoal, sobretudo o uso de máscara e álcool gel, tem sido uma constante nos últimos meses”.

Por outro lado, expressam sua “indignação” frente à crise vivenciada, uma vez que “os informes dos cientistas e epidemiologistas, que há vários meses vem anunciando a chegada de uma segunda onda, nem sempre tem sido escutado, não sendo tomadas as medidas sanitárias cabíveis”.

Nesse sentido, pedem o empenho e compromisso das autoridades e da população no enfrentamento à pandemia. “Esperamos que os mais pobres não sejam excluídos no atendimento e que a solidariedade e o cuidado comum sejam atitudes assumidas por todos e todas”, afirmam os Prelados, fazendo ainda um apelo para que a vacina seja uma “prioridade” e que “seja gratuita e para todos e todas”.

No último domingo, 17 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial das vacinas do Instituto Butantan, a CoronaVac, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca.

Logo após a aprovação, na tarde de domingo, a primeira dose da vacina CoronaVac já foi aplicada em uma enfermeira de 54 anos, em São Paulo.

Nesta segunda-feira, 18 de janeiro, o Ministério da Saúde começou a distribuir as doses da CoronaVac para todos os estados e o Distrito Federal e anunciou que as campanhas de vacinação poderão começar ainda hoje, a partir das 17h.

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