Os bispos dos Estados Unidos expressaram sua oposição à ampliação das restrições à imigração, recentemente estabelecida pelo governo de Donald Trump.

Em 31 de janeiro, o governo Trump expandiu as restrições de viagem para incluir aqueles que querem emigrar para os Estados Unidos da Nigéria, Sudão, Tanzânia, Eritreia, Mianmar e Quirguistão.

Em seu anúncio, a Casa Branca assinala que cada um desses seis países tem sérias deficiências para compartilhar informações sobre terroristas, criminosos ou a identidade destes com os Estados Unidos.

"A medida que restringe mais a imigração prejudica os esforços para reunir as famílias e dificulta garantir a ajuda para aqueles que são obrigados a emigrar dos países designados", assinala uma declaração dos bispos norte-americanos de 2 de fevereiro.

“Respeitamos a existência de desafios para garantir a troca de informações entre países para garantir a documentação dos viajantes, como um meio de salvaguardar a segurança dos cidadãos. No entanto, também acreditamos que as proibições mal concebidas como essas prejudicam famílias inocentes. Por isso, apelamos à administração para que reverta esta ação e considere os custos humanos e estratégicos destas proibições prejudiciais”, indicaram. 

A declaração está assinada por Dom Mario Dorsonville, Bispo Auxiliar de Washington e chefe do Comitê de Assuntos Ecumênicos e Inter-religiosos; Dom Jaime Soto, Bispo de Sacramento e Chefe da Catholic Legal Immigration Network, Inc; Sean Callahan, presidente da Catholic Relief Services; e Irmã Donna Markham, presidente da Catholic Charities USA.

A Nigéria é um dos países mais populosos da África e mais de 50% de seus habitantes se declaram cristãos.

Para este país, os Estados Unidos emitiram mais de 7.920 vistos de imigrante no ano fiscal de 2018. Do total, 4.525 foram destinados a familiares diretos de cidadãos norte-americanos, enquanto 2.820 se destinaram a outros membros da família, segundo The New York Times. Os imigrantes nigerianos enviaram 24 bilhões de dólares para seu país apenas em 2018, informou o jornal, segundo um relatório de PwC.

O jornal de Nova York, citando números do Departamento de Segurança Interna, também indicou que em 2018 cerca de 30 mil nigerianos ficaram nos Estados Unidos por mais tempo do que o indicado em seus vistos de não imigrante.

As novas medidas entrarão em vigor em 21 de fevereiro. A Casa Branca disse que os imigrantes dos países indicados poderão viajar para os Estados Unidos se obtiverem um visto antes da data indicada.

Além dos países indicados em 31 de janeiro, a proibição já considerava cidadãos do Irã, Líbia, Somália, Síria, Iêmen, Venezuela e Coréia do Norte.

Os defensores dos imigrantes apontam que essa proibição é realmente uma "restrição muçulmana", uma vez que a maioria dos países incluídos na lista professa o Islã.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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