“Exortamos todos os cristãos católicos e pessoas de boa vontade a identificar candidatos e candidatas que tenham compromisso claro com os princípios do Bem Comum, da dignidade da pessoa humana, da defesa integral da vida – desde a sua concepção até a morte natural –, incluindo o respeito e a promoção da democracia e dos direitos humanos e sociais, a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento integral, social e econômico”, afirmaram em uma nota publicada hoje, 11 de abril, os bispos do Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que engloba as dioceses e arquidioceses do Estado do Rio de Janeiro. Os bispos signatários da nota orientaram os eleitores a escolher seus candidatos nas eleições 2022 “a partir do Evangelho e da Doutrina Social” da Igreja.

Os bispos mencionaram também a “Lei da Ficha Limpa”, “referencial no combate à corrupção e à sonegação”. Segundo eles, “candidatos e candidatas portadores desses princípios merecem o nosso voto”.

Segundo os bispos do regional Leste 1, a Igreja “não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político”, mas não pode “ficar à margem da luta pela justiça”. “Num autêntico Estado laico é legitimo que entidades e grupos tenham e explicitem seus critérios de discernimento em vista da escolha do voto. A Igreja também tem o direito e o dever de o fazer”, disseram.

Entretanto, recordaram que “os espaços da Igreja e durante as atividades litúrgicas e pastorais não deve ser feita política partidária nem indicação de candidatos específicos”.

Nas eleições deste ano no Brasil, estarão em disputa os cargos de presidente, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais. A votação acontecerá no dia 2 de outubro e, em caso de segundo turno para presidente e governadores, em 30 de outubro. Por isso, os bispos destacaram a necessidade de “dar atenção não só aos cargos majoritários”, como também “à composição das casas legislativas”.

Para o Estado do Rio de Janeiro, afirmaram que é necessária “especial atenção para que ocorrências climáticas não continuem causando catástrofes e sofrimentos”. Em fevereiro e março, tempestades atingiram a cidade de Petrópolis, na região serrana, causando enchentes e deslizamentos. No total, mais de 200 pessoas morreram e centenas ficaram desabrigadas. No início de abril, as fortes chuvas causaram estragos no litoral sul e na Baixada Fluminense. Em Angra dos Reis, morreram 11 pessoas e, em Paraty, oito. Na Ilha Grande, um pai e dois filhos continuam desaparecidos, após terem a casa soterrada. Em Mesquita, um homem morreu.

Os bispos também disseram ser prioridade no Estado “a promoção da educação pública de qualidade e o combate à violência”. Também pediram a construção de “um projeto de projeto de Estado, profundamente ligado à nação brasileira, que não seja interrompido com a sucessão dos governos”.

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