A Conferência Episcopal do Panamá (CEP) manifestou ao Papa Francisco sua "proximidade e comunhão nestes momentos nos quais é vítima de um ataque astuto e implacável motivado por interesses distintos e mesquinhos".

Em uma carta dirigida ao Santo Padre no dia 31 de agosto, os bispos do país que será sede da Jornada Mundial da Juventude 2019, entregaram seu apoio ao Santo Padre "em seu nome, de todas as pessoas católicas no Panamá e de homens e mulheres de boa vontade".

Em 25 de agosto, Dom Carlo Maria Viganò, ex-núncio nos Estados Unidos, publicou uma carta de 11 páginas assegurando que diversos sacerdotes, bispos, cardeais e inclusive o Papa Francisco sabiam dos abusos do ex-cardeal Theodore McCarrick e agiram com negligência ou o encobriram.

No caso do Papa Francisco, Dom Viganò disse que no começo do seu pontificado, em 2013, o Pontífice teria retirado as sanções supostamente impostas a McCarrick pelo seu predecessor, o atual Papa Emérito Bento XVI.

Em junho deste ano, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, seguindo ordens do Papa Franciscoproibiu a McCarrick de exercer o ministério público, depois que uma investigação realizada pela Arquidiocese de Nova York descobriu que uma acusação de abuso sexual a um menor era "crível e comprovada".

Em sua carta, os bispos do Panamá disseram ao Pontífice que estas acusações demostram as “resistências ante a renovação e a reorientação impulsionadas pelo senhor para devolver à Igreja Católica o verdadeiro rosto de Jesus e do seu Evangelho para que cumpra fielmente a missão confiada por Ele”.

"Apoiamos e nos identificamos com essa Igreja misericordiosa, próxima, acolhedora, servidora, pobre para os pobres, despojada de poderes, honras e ostentações", assinalaram os pastores.

Destacaram que a promessa de Jesus a São Pedro em relação a que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" é a "melhor garantia de que essas tentativas de desestabilizar a Igreja e a sua missão não terão sucesso".

Do mesmo modo, reiteraram ao Santo Padre a oração por sua missão "tão desafiante que teve que assumir neste momento histórico da Igreja e esperamos ansiosamente a sua próxima visita à nossa Igreja e ao nosso país para mostrar a nossa adesão fraterna e filial".

"Santa Maria La Antigua seja o teu modelo e guia para que, com a força do Espírito Santo, nos conduza a uma Igreja renovada e encarnada nos povos com tanta sede de justiça, de paz e de amor", conclui a carta.

Convocada pela primeira vez em 1984, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é uma ocasião na qual a Igreja busca chegar aos jovens e incentivá-los a participar da missão evangelizadora.

A próxima JMJ será realizada no Panamá de 22 a 27 de janeiro de 2019 e espera-se a participação do Papa Francisco.

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