Os Bispos da República Dominicana rejeitaram a nova norma "nociva" do Ministério da Educação para elaborar e implementar políticas baseadas na ideologia de gênero e que em breve regerão a educação pré-universitária.

A ideologia de gênero ou abordagem de gênero é uma corrente que considera que o sexo não é uma realidade biológica, mas uma construção sociocultural. Atualmente, vários governos tentam impô-la através da educação de crianças e jovens.

A Conferência Episcopal da República Dominicana (CED) emitiu um comunicado no dia 28 de maio, qualificando como algo nocivo que a “política de gênero seja incluída no currículo escolar”.

Na quarta-feira, 22 de maio de 2019, o Ministério da Educação da República Dominicana (MINERD) aprovou a ordem departamental 33-2019 que "estabelece como prioridade a elaboração e implementação da política de gênero” nos “diferentes níveis, sistemas e subsistemas da Educação Pré-universitária, em seus planos, programas, projetos, estratégias pedagógicas e atividades administrativas”.

A ordem também estabelece "um prazo de 60 dias para a apresentação desta metodologia e seu cronograma de trabalho", assim como a assessoria do Ministério da Mulher.

Em seu comunicado, os bispos dominicanos advertiram que "a política de gênero mascara a ideologia de gênero que desenraiza a natureza humana, ignora a biologia, ignorando conceitos científicos irrefutáveis".

"Esta ordem departamental carece de sustentações que permitam a sua aplicação”, afirmaram e acrescentaram que, por isso, qualificam como “nociva” esta política de gênero e sua inclusão no “currículo, de forma tal, que seja uma condição sem a qual não se possa avaliar o desenvolvimento das habilidades fundamentais dos estudantes”.

Os bispos recordaram que o ensino deve ser sempre "baseado na ciência e nos valores" e "não na percepção ideológica".

Neste contexto, o Episcopado dominicano fez um "apelo à comunidade educativa, às famílias e a toda a sociedade para que se mantenham vigilantes e exijam que o Ministério da Educação implemente mecanismos democráticos, deliberativos e transparentes para uma maior participação na formulação de políticas públicas, relacionadas à educação de seus filhos".

Indicaram que a Igreja está a favor e promove "a equidade entre as pessoas, o amor ao próximo, a convivência saudável e a educação em valores integrais, sem excluir nenhuma pessoa". No entanto, indicaram que "a igualdade deve ser perante a lei" e "não por uma política de gênero que se pretende estabelecer".

Do mesmo modo, recordaram que há uma "prioridade" na educação do país, que é "elevar a qualidade da aprendizagem, formar uma consciência crítica, reflexiva e ética, por isso devemos nos concentrar na formação integral dos alunos".

"Qualquer decisão relacionada à educação dos filhos menores não deve ocorrer sem a aprovação das famílias", indicaram em referência à nova Ordem Departamental.

Ao finalizar o comunicado, os bispos exigiram ao Ministério da Educação "clareza, transparência e espaços de participação onde se possam debater as ideias e propostas que queiram estabelecer no sistema educativo dominicano”.

Na quinta-feira, 23 de maio, o Bispo de Baní, Dom Víctor Masalle, expressou no Twitter seu "repúdio total" à nova normativa.

"Meu repúdio total à ordem departamental para implementar a política de gênero no Ministério da Educação da RD. Isso representa uma séria ameaça para a família. A maioria dos dominicanos não está por dentro de como isso é prejudicial para a educação de nossos filhos", disse.

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