Os bispos do México convocaram os fiéis e as pessoas de boa vontade para que se unam à marcha “Pela mulher e pela vida”, que acontecerá na manhã do domingo, 3 de outubro, na capital do país.

Em um comunicado publicado em 13 de setembro, a Conferência Episcopal Mexicana (CEM) encorajou a que se difunda a convocação “nas missas dominicais e através de outros meios considerados oportunos”, para que participe “o maior número possível de pessoas”.

Os bispos, liderados por dom Rogelio Cabrera López, presidente da CEM, recordaram que “a resolução da Suprema Corte de Justiça da Nação sobre duas ações de inconstitucionalidade relacionadas com a descriminalização do aborto e o direito humano à vida no código penal de Coahuila e na constituição de Sinaloa”.

“Lamentamos a infelicidade desta situação e já nos pronunciamos sobre ela. Agora, devemos estar abertos às ações que motivam o nosso pronunciamento”, afirmaram.

No dia 7 de setembro, a Suprema Corte mexicana, com 10 votos dos 11 ministros presentes, declarou a inconstitucionalidade de artigos do Código Penal de Coahuila que penalizavam o aborto e os profissionais de saúde que realizassem ou colaborassem com a prática.

Dois dias depois, em 9 de setembro, os mesmos 10 ministros da SCJN declararam inconstitucional que a Constituição estatal de Sinaloa proteja a vida desde o momento da concepção.

Os bispos mexicanos afirmaram que veem “com prazer as numerosas ações e manifestações que aconteceram em todo o país e encorajamos os leigos a continuar a fazê-lo”.

“Nesse sentido, diversos leigos de diferentes organizações sociais, católicos e não católicos, se aproximaram de nós para propor uma presença maciça na Cidade do México com a finalidade de manifestar o apreço e a proteção da vida humana da mulher e de seu filho em todas as circunstâncias”, afirmou o comunicado.

Os bispos disseram que “essa multidão se reuniu em torno de uma campanha que leva como título: ´Pela mulher e pela vida`, e reúne organizações sociais de todo o país”.

“A proposta foi apresentada à Conferência Episcopal Mexicana e vemos com prazer esta grande oportunidade para que nosso povo fiel possa se unir à essa iniciativa”, afirmaram.

A coordenação da marcha está a cargo de Marcial Padilla, também diretor da plataforma pró-vida mexicana ConParticipación.

Em diálogo com a ACI Prensa, Marcial Padilla disse que “setembro, que deveria ser um mês de celebração para os mexicanos” pela festa da Independência, em 16 de setembro, “se tornou um mês triste e sombrio”.

Segundo ele, isso se deve à “decisão da Suprema Corte de Justiça, que interpretou que a vida de um filho deve ser tirada do ventre da sua mãe em alguma fase da sua gravidez e de muitos mexicanos”.

Padilla disse que “sabemos que o aborto é um tema complexo que não se pode ser resolvido sem olhar por todos os ângulos”.

“Se queremos abraçar com misericórdia a mulher que aborta, a prisão provavelmente não seja o caminho para ajudá-la”, continuou.

“Ao contrário, o que queremos é resolver os problemas que a levaram a pensar nisso e de foram alguma tirar a proteção do filho em gestação perante a lei. O filho deve ter a mesma proteção perante a lei que a sua mãe”, explicou Padilla.

O coordenador da marcha “Pela mulher e pela vida” disse que “é preciso atuar a favor de ambos, da mãe e do filho, atuar a favor da mulher e da vida. Por isso, organizações sociais de todo o país decidimos convocar uma grande marcha a favor da mulher e da vida”.

Padilla afirmou que “vamos concentrar o maior número possível de pessoas em uma marcha nacional na Cidade do México, para manifestar nosso compromisso a favor da dignidade da pessoa, da mulher e da defesa da vida”.

Além disso, disse ele, “vamos continuar promovendo ações da sociedade civil a favor da mãe e do filho para evitar esse dilema da cultura da morte, onde um e outro teriam que ser confrontados”.

“Reiteramos o convite para que todo o México esteja presente na Cidade do México no domingo, 3 de outubro de 2021”, afirmou, anunciando que “logo daremos mais detalhes”.

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