As autoridades de imigração dos Estados Unidos decidiram suspender a deportação de Maria Elena De Loera, uma mãe mexicana cuja filha de 8 anos sofre de câncer, depois que a sua advogada Linda Rivas, além do Bispo de El Paso, Dom Mark Seitz, e outros líderes religiosos fizeram o apelo.

A agência AP informou que a permissão concedida a De Loera é de seis meses, 182 dias exatamente.

Os funcionários do Serviço de Controle de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), disseram a El Paso Times que é a terceira vez que dão uma permissão à mãe em um período de dois anos.

Univisión afirma que, possivelmente, esta deve ser a última permissão que recebe.

Em declarações a El Paso Times, Dom Seitz disse que “certamente comoveu o meu coração escutar esta mãe cuja filha tem câncer, diante da possibilidade de se deportada. Claramente seria cruel para o nosso país deportá-la”.

O Prelado se reuniu e rezou com Maria Elena e com a pequena Alía Escobedo, que buscaram asilo nos Estados Unidos em 2014, depois que o seu esposo foi assassinado no México.

Alía foi diagnosticada com câncer nos ossos desde que chegou aos Estados Unidos e deveria ter passado por um total de oito cirurgias em uma perna, nos pulmões e na boca. O câncer parecia ter entrado em remissão em fevereiro, mas os médicos detectaram que reapareceu com tumores nos pulmões.

“A sua situação médica é muito complicada. Dois tipos diferentes de câncer. Seu tratamento atual é algo muito importante em uma situação como esta”, disse o Bispo de El Paso.

Maria Elena disse a El Paso Times que a sua filha “é muito forte. Não desiste. Quer continuar vivendo. Se voltamos para Juárez ela não sobreviverá. Ela tem uma oportunidade de viver se permanecer aqui”.

Em 2015, as autoridades migratórias recusaram a Maria Elena o seu pedido para ficar nos Estados Unidos, mas lhe deram a permissão para permanecer durante o tratamento da sua filha. Assinalam que a sua irmã pode cuidar de Alía, mas a mãe explica que não há documentos que permitam garantir que isso possa ser feito.

De fato, ela explica que é a única pessoa que pode cuidar da sua filha.

De Loera carrega uma tornozeleira de monitoramento para que as autoridades saibam onde ela está a qualquer momento.

Dom Mark Seitz disse que, em um caso como este, “acho que a responsabilidade da Igreja é proclamar o Evangelho e falar na consciência das pessoas do nosso país, a fim de que seja um lugar melhor de compaixão, inclusive quando lidamos com estes casos complexos de imigração”.

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