O Bispo de Makurdi (Nigéria), Dom Wilfred Chikpa Anagbe, denunciou em recente entrevista a existência de um “plano para islamizar” várias regiões cristãs do país africano.

Em declarações à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Dom Chikpa assegurou que os contínuos ataques contra os fiéis revelam que “há uma agenda clara, um plano para islamizar as áreas cristãs na faixa central (Middle Belt) da Nigéria”. A sua diocese está localizada nesta região.

O Prelado recordou que, em 24 de abril, os pastores da etnia fulani, que professam o Islamismo, atacaram a paróquia de Santo Inácio de Ukpor-Mbalom, no Estado de Benue, onde “dois dos meus sacerdotes foram assassinados, o Pe. Joseph Gor e o Pe. Felix Tyolaha, junto com cerca de 17 fiéis. Celebravam a Missa às seis da manhã”.

Dom Chikpa indicou que ainda há pessoas desaparecidas e, por isso, ainda não sabem o número exato de vítimas. O Prelado também lamentou que entre os falecidos há duas mães, uma era catequista e a outra presidente do conselho paroquial. Também foi assassinado o diretor da única escola secundária na aldeia.

O Bispo comentou que esta paróquia foi construída em 2015, quando “não havia nada, não havia escolas nem hospitais”. “Nós construímos, sobretudo, graças ao compromisso do Pe. Joseph e do Pe. Felix. Eram realmente sacerdotes muito ativos e dedicados à comunidade”, disse em referência aos sacerdotes assassinados.

O Bispo de Makurdi assinalou que este é um dos muitos ataques executados pelos fulani desde o início deste ano, que provocaram mais de 100 mortes.

“Onze paróquias da diocese foram afetadas e houve inúmeros ataques em todo o estado de Benue, onde 99% da população é cristã. Em janeiro, o governo local organizou para as famílias um enterro em massa para 72 vítimas”, manifestou.

“Nesse então, não falamos de Boko Haram, embora alguns pastores anteriormente tenham tido relações com o grupo terrorista e ambos os grupos compartilham a mesma intenção de islamizar toda a região”, destacou em relação aos fulani.

Dom Chikpa denunciou que, “quando os ataques são perpetrados, nunca há agentes policiais ou militares”. Sem mencionar que tradicionalmente os fulani vivem, sobretudo, nas florestas e não podem ter armas tão sofisticadas. Quem os financia?”.

Além disso, contou à ACN, a violência provocou mais de 100 mil deslocados internos que estão espalhados em quatro acampamentos na Diocese de Makurdi.

“A Igreja está socorrendo a população, o governo não nos ajuda neste caso”, explicou o Prelado.

Para lidar com esta situação dolorosa, a Conferência Episcopal da Nigéria convocou no dia 22 de maio uma marcha para protestar contra os assassinatos de cristãos por muçulmanos.

“Peço que rezem por nós e se tornem porta-vozes do que a nossa comunidade está sofrendo. Temos que erguer a voz para nos defender. A Nigéria faz parte das Nações Unidas e não podemos estar abandonados e isolados do mundo”, exortou o Arcebispo Chikpa.

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