Em meio a ameaças de perseguição que poderiam levar seus voluntários à prisão em países como a Espanha, e à luz da recente despenalização do aborto até 24 semanas na Colômbia, uma nova edição da campanha de jejum e oração 40 Dias pela Vida se prepara para travar essa batalha "de joelhos".

"Acreditamos que todas as frentes são necessárias, que a batalha deve acontecer nas marchas, no senado, no congresso, nas leis. Mas acreditamos, e tudo em nosso esforço é baseado nessa fé que temos, que esta batalha será vencida de joelhos”, disse à A ACI Prensa, aggência em espanhol do grupo ACI, María Lourdes Varela, diretora de 40 Dias pela Vida na Ibero-América.

Diante das ameaças de prisão que pesam sobre os voluntários pró-vida na Espanha, onde está avançando um projeto de lei que busca penas de prisão para quem reza nas imediações das clínicas de aborto, Varela disse que “o que as Escrituras dizem está simplesmente se cumprindo. Jesus não nos disse 'talvez sejam perseguidos', ele disse ‘serão perseguidos por minha causa'".

“E os voluntários na Espanha não têm medo. Vimos que o número de vigílias de 40 Dias pela Vida no país aumentou. Há alguns anos tínhamos menos de cinco campanhas e agora temos 20”, destacou.

40 Dias pela Vida surgiu como uma pequena iniciativa de oração em 2004 nos EUA. Três anos depois, a campanha já estava sendo feita em todo o país.

Desde 2007, 40 Dias pela Vida estima que salvou pelo menos 20.689 pessoas das garras do aborto em todo o mundo. Além disso, 229 funcionários de clínicas de aborto pediram demissão e 114 desses estabelecimentos fecharam definitivamente.

A dinâmica da campanha é rezar pelo menos 12 horas por dia durante 40 dias em frente a um centro de aborto ou a um local simbólico da cidade. As horas são distribuídas entre os voluntários.

Em 2 de março, quarta-feira de cinzas, começará uma nova edição de 40 Dias pela Vida, que vai até 10 de abril.

Varela reconhece que as leis que condenam à prisão os pró-vida que rezam pacificamente fora das clínicas de aborto podem ser levadas, com os mesmos argumentos, da Espanha para outros países.

As próprias leis para abrir as portas ao aborto em diferentes países "têm sido semelhantes", disse, lembrando que o caso da decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Nação contra a criminalização desta prática em setembro de 2021 "é um 'Roe x Wade' versão mexicana”.

Roa x Wade é o caso com o qual a Suprema Corte dos EUA liberou o aborto em todo o país em 1973.

Os fundamentos que foram usados ​​para justificar a despenalização progressiva do aborto, continuou, "se repetem".

“É uma maneira sistemática e comprovada que funcionou para eles. Então fazem da mesma forma em todos os países”, criticou.

No entanto, para Varela, a perseguição sofrida pelos voluntários pró-vida "só mostra que as campanhas 40 Dias pela Vida são bem-sucedidas em salvar vidas" e "também em converter abortistas".

Diante do risco de cair no desespero após resoluções a favor do aborto, como a da justiça da Colômbia em 21 de fevereiro, María Lourdes Varela encorajou a "confiar que Deus é o dono do universo e da história", e destacou que até a Paixão de Cristo "foi necessária para a Ressurreição".

“Nestes momentos tristes para a Colômbia, para a Argentina, para o México, que passaram por despenalizações do aborto, é uma dor e às vezes uma desesperança. Mas, o perigo está na falta de fé. Porque Deus ressuscitou, porque Cristo ressuscitou”, disse.

Varela destacou que “a nossa fé está nessa Ressurreição. Convido todos os voluntários de 40 Dias pela Vida e todos aqueles que são pró-vida a ter fé, a participar das campanhas de oração em sua vigília mais próxima”.

"E se não tem uma onde estão (podem) abrir uma, porque quanto mais estejam rezando, mais rápido Deus nos dará a vitória”.

María Lourdes Varela lembrou que o objetivo da campanha de jejum e oração “não é apenas que o aborto seja ilegal, mas também impensável”.

“Eles podem ter as leis que quiserem, mas o que queremos é que Cristo reine em cada coração. Assim não haverá mais morte”, disse.

Mais em

Este ano serão 588 vigílias de oração ao redor do mundo, e cerca de 230 delas acontecerão em cidades da América Latina.

“Nós realmente acreditamos que é uma nova forma de evangelizar, sair para as ruas, sair do conforto de nossos negócios para procurar o irmão perdido”, disse Varela. "Queremos ir por aquela mulher que está em crise por causa da gravidez, por aquele homem que nega a sua paternidade. Por aqueles que já fizeram um aborto”.

E queremos gritar para a sociedade que “o aborto é um crime contra os mais inocentes, contra nossos próprios filhos".

"E só Deus pode tocar os corações e mudar a mentalidade de morte para uma mentalidade pró-vida", disse ele.

Varela destacou que "a oração não é um protesto", mas "é realmente o desejo de pedir a Deus a conversão do meu irmão que está em perigo mortal, não só do bebê que está morrendo de forma trágica."

“Há também a mãe, o pai, o abortista e todos aqueles que aconselharam o aborto estão em perigo mortal”, disse.

Varela destacou que "se acreditamos na vida eterna, se acreditamos no Juízo Final, se acreditamos no Céu e no Inferno, devemos nos preocupar também com as almas daqueles que promovem o aborto".

“E se estamos preocupados, vamos ao encontro como o papa nos pede. Saiamos como a Igreja que sai por aquele irmão que está envolvido, que se encontra com a mente obscurecida e que é escravizado pela mentira da morte, que só vem de Satanás”, expressou.

Para saber mais e participar de uma vigília de oração 40 Dias pela Vida, você pode acessar https://www.40daysforlife.com/es/

Confira também: