“Não sabemos por qual motivo nos negaram a renovação do visto. Nosso trabalho é sempre o mesmo, trabalhamos na educação, em benefício dos jovens do Paquistão de todas as religiões. Para nós foi como um raio. Mas não podemos permanecer em um país que nos considera ilegais”.

Assim assinala a religiosa filipina Delia Coyoca Rubio, presidenta da Convent School de Islamabad, em declarações à Agência Fides sobre sua situação no Paquistão, país majoritariamente muçulmano, onde foram registrados diversos casos de perseguição contra os cristãos, como por exemplo o jovem de 14 anos acusado de blasfêmia e queimado vivo ou o caso dos esposos – a mulher estava grávida – jogados num forno para morrerem queimados em novembro do ano passado.

A irmã Delia, junto com as irmãs Miraflor Aclán Bahan e Irmã Elizabeth Umali Sequenza, as três filipinas da congregação das Religiosas da Virgem Maria, fundada pela Irmã Ignacia do Espírito Santo, receberam uma resposta negativa do Ministério do Interior, após apresentarem a solicitação habitual para a renovação do visto para morar e trabalhar no Paquistão. As razões da negativa parece ser a “mudança de trabalho” com respeito ao qual foi concedido o visto.

A irmã Delia comentou a respeito desta situação: “Nossa instituição educativa está aberta desde 1992. Estou aqui desde 2006 e nosso trabalho foi sempre o mesmo: a organização da escola e o ensino. Temos 2.300 jovens em um campus e em 1.000 alunos no outro instituto, crianças e jovens de várias religiões e classes sociais. O nosso serviço é a educação, pelo bem comum do Paquistão”.

As irmãs solicitaram no mês de abril deste ano a renovação do visto para dois anos. Esperavam a resposta em junho. O Ministério do Interior investigou o caso e enviou a alguns inspetores, mas há alguns dias receberam a carta na qual as autoridades rejeitaram o pedido.

Sobre esta negativa, o Bispo de Islamabad-Rawalpindi, Dom Rufin Anthony, expressou seu apoio às religiosas e escreveu ao Ministério do Interior fazendo uma reclamação devido a esta situação.

O assunto será tratado pelo Tribunal Superior de Islamabad, segundo a Fides. Caso as religiosas tenham que abandonar o Paquistão, a Instituição Convent School de Islamabad, que contrata a maioria de seus professores locais, terá que ser reorganizada completamente.