O tradicional “perdão de Assis” ou a “indulgência da Porciúncula” realizou-se nos dias 1º e 2 de agosto. No dia 1º de agosto foi inaugurada a solenidade do perdão, às 11h da manhã locais com a missa presidida pelo ministro-geral da Ordem dos Frades Menores (OFM), padre Massimo Fusarelli. Depois da eucaristia, iniciou-se “a abertura do perdão”, ou seja, o início da indulgência plenária até a meia noite do dia 2 de agosto. O “perdão de Assis” vale para todas as igrejas paroquiais e igrejas franciscanas do mundo.

Na visita à Porciúncula, é necessária a confissão, a participação na missa e na comunhão, além de rezar o Credo e o Pai Nosso pelas intenções do papa para obter a indulgência plenária, para si mesmo ou para um defunto.

A Porciúncula é uma pequena capela dentro da basílica de Nossa Senhora dos Anjos, nos arredores de Assis, na Itália. Ali, são Francisco de Assis recebeu sua vocação em 1208 e ali também morou durante a maior parte da sua vida.

Em 1216, enquanto Francisco estava na Porciúncula em oração e contemplação, Cristo apareceu-lhe e ofereceu-lhe o favor que ele quisesse. A salvação das almas estava sempre no centro das intenções do coração de são Francisco.

Ele sonhava que a sua amada Porciúncula fosse um santuário onde muitos pudessem ser salvos. Então, pediu ao Senhor que lhe concedesse uma indulgência plenária, ou seja, uma completa remissão de todas as culpas, para que todos aqueles que viessem visitar a pequena capela arrependidos dos seus pecados e confessados, pudessem obtê-la. Nosso Senhor aceitou seu pedido com a condição de que o papa ratificasse a indulgência. O papa Honório III a aprovou.

A Porciúncula foi também o lugar onde são Francisco recebeu os votos de santa Clara. No dia 3 de outubro de 1226, são Francisco morreu. No seu leito de morte, confiou o cuidado e a proteção da capela aos seus irmãos.

Na tarde do domingo, 1º de agosto, o bispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino, dom Domenico Sorrentino, presidiu a oração das vésperas da solenidade do Perdão de Assis, na basílica de Santa Maria dos Anjos. Durante a oração, dom Sorrentino refletiu sobre a importância do “perdão de Assis”, considerado uma “grande graça obtida por são Francisco para toda a Igreja, especialmente para os pobres”. Trata-se da “graça do perdão de Deus, que todos sempre necessitamos e pedimos na liturgia, no sacramento da reconciliação, quando externamos os nossos pecados”.

A reconciliação, disse o bispo, nos “faz voltar ao abraço de Deus, para que desapareça a inimizade e voltemos a relacionar-nos como filhos”, o que nos permite ser santos. Pois graças ao dom do batismo, “somos chamados a viver cada vez mais o caminho da santidade, de modo que a nossa vida seja o reflexo puro de Deus”, ou seja, que “a nossa vida se torne um paraíso”, afirmou dom Sorrentino.

“Com a graça do perdão, isto é o que são Francisco nos quer comunicar: que o paraíso já pode começar aqui”, afirmou o bispo. Ele lembrou que são Francisco, após a sua experiência mística da “alegria tão grande do paraíso”, disse: “Desejo que ela seja para todos, que a vida nesta terra também seja um paraíso”. E foi assim que ele pediu à Nossa Senhora que “quem visitasse esta igreja também se sentisse no paraíso”.

Dom Sorrentino convidou os fiéis a se libertarem dos grandes pecados e dos “pequenos defeitos cotidianos”, para “viver além da mediocridade, com o desejo de santidade”. Nesse sentido, encorajou os fiéis a pedirem o dom da indulgência, que nos permite “abrir o coração a Deus e ser santos”.

O bispo advertiu que a indulgência “não funciona de forma mágica”. Ele falou sobre a necessidade de “abrir o coração e querer ser santos”, pois “não se trata de algo automático. Funciona com a graça de Deus, que é inabalável. Por isso, é necessário receber essa graça”.

“Ao ir até a Porciúncula, nós percorremos um caminho. Trata-se de um caminho, uma decisão que tomamos, uma graça que recebemos, algo necessário no compromisso de santidade de vida”, afirmou.

Por fim, o bispo de Assis convidou os fiéis a “testemunhar Jesus e o Evangelho com decisão. Neste momento, mais do que nunca, se necessita uma Igreja que irradie a santidade”. “Devemos testemunhar a capacidade que o encontro com Jesus tem de transformar a nossa vida e, partindo dela, transformar as nossas relações, a nossa família, a nossa comunidade, a economia, a política. Jesus é capaz de transformar tudo”, concluiu dom Sorrentino.

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