O Papa João XXIII, que será canonizado neste domingo, dia 27 de abril, era conhecido como o “Papa bom” por seu grande carisma e chegou a ser confundido com São Nicolau ou Papai Noel pelas crianças de sua época.

Em 23 de abril, em uma conferência de imprensa organizada pelo Escritório de Imprensa do Vaticano, Mons. Battista Pansa, um dos mais reconhecidos peritos na vida do beato, assinalou que a primeira coisa que o pontífice fez depois ser eleito em 1958, foi visitar as crianças e os doentes.

Um dos primeiros destinos que escolheu foi o Hospital Pediátrico Menino Jesus de Roma, onde, por causa do seu peso, da sua batina vermelha, e do gorro vermelho de pompom branco que vestia, as crianças o confundiram com o Papai Noel.

O corpo de João XXIII, que será canonizado no próximo dia 27 de abril na Praça de São Pedro do Vaticano, encontra-se em uma urna de cristal situada na Basílica de São Pedro. Sua vestimenta continua sendo parecida com a do Papai Noel: uma batina vermelha e seu característico chapéu papal.

Por que o Cardeal Roncalli escolheu o nome de João XXIII?

Mons. Pansa disse que cada pontífice tem uma história especial que lhe fez escolher seu nome papal. Antes de tornar-se pontífice, o Cardeal Giuseppe Roncalli, era patriarca de Veneza, mas depois de um Conclave que durou três dias, decidiu chamar-se João por dois motivos muito especiais para ele: “Era o nome da Igreja onde foi batizado em seu lugar de origem, Soto Il Monte; e o nome da Catedral de Roma, a Catedral do Papa: São João de Latrão”.

Mons. Pansa, também disse que uma expressão que pode resumir a vida deste Papa é: “A arte do encontro”. “O Papa João levava dentro dele uma grande experiência nisto, já que conheceu de perto os operários”, acrescentou.

A revolução do Concílio Vaticano II

Por outro lado, o perito assinalou que em 4 de janeiro de 1959 na Basílica São Paulo Extramuros, pela primeira vez, o Papa João XXIII comunicou que queria realizar o Concílio Vaticano II. “Foi a primeira vez que em centenas de anos um pontífice saía de Roma, e visitou o santuário de Loreto e Assis”.

Anteriormente os Concílios se celebravam para reagir diante de uma heresia ou grupos separados da Igreja Católica. “De modo que o Concílio Vaticano II foi o primeiro da história que não ia contra ninguém”. Ao final, o Concílio começou em 11 de outubro de 1962, e embora João XXIII não tenha vivido para vê-lo concluir -morreu um ano depois- mudou a história da Igreja para uma visão mais misericordiosa de Deus e que hoje continua o Papa Francisco.