A arquidiocese de Guayaquil convocou o povo equatoriano a aderir à Rede de Agentes Pró-vida, uma iniciativa que defende a vida desde a concepção, em meio a debates para permitir o aborto sem restrições no Equador.

Num comunicado recente, a arquidiocese de Guayaquil convidou os cidadãos a se inscreverem na Rede de Agentes Pró-vida, do Programa Vida e Família da arquidiocese.

A Rede de Agentes Pró-vida foi “criada para multiplicar nossa voz em todas as atividades que estamos preparando para fortalecer a defesa da vida e da família”, diz o texto. “Diante do debate sobre a aprovação do aborto, convidamos você a fazer parte da Rede Arquidiocesana de Agentes Pró-Vida para nos converter em uma só voz que defenda as crianças por nascer. Converta-se em um agente pró-vida em sua paróquia. Juntos defendemos a vida!”

A coordenadora do Programa Vida e Família, Martha Cecilia Villafuerte, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que "como católicos temos o compromisso e a obrigação de estar informados e preparados a partir de nossas paróquias" para defender a vida desde a concepção, especialmente em meio a um contexto onde se busca introduzir a "cultura da morte" a todo custo.

"Estamos nas mãos de atores políticos que se dedicam apenas a legislar para uma cultura de descarte", disse, e acrescentou que a Comissão de Justiça da Assembleia Nacional do Equador está realizando sessões, que ela descreveu como um "show" nas quais propõem de “forma descarada” a possibilidade de abortar crianças até os nove meses de gravidez.

Desde 10 de janeiro, os dez legisladores que compõem a comissão trabalham nos artigos do projeto de "Lei Orgânica que garante a interrupção voluntária da gravidez para meninas, adolescentes e mulheres vítimas de estupro", que depois vai ao Plenário do Congresso para ser debatido pela segunda vez pelos 137 legisladores do país.

Villafuerte destacou que o projeto "despertou uma rejeição social muito grande, que vai além da esfera católica", porque "o povo percebeu que existe um ser humano que precisa ser defendido".

Em 9 de dezembro, data do primeiro debate sobre o projeto de lei do aborto no plenário, a rede e muitos outros cidadãos fizeram um protesto em frente ao Congresso exigindo que o debate ouça a voz de todos. Nenhuma das observações das organizações civis contrárias ao projeto foram levadas em consideração.

“Rejeitamos todo tipo de violência e defendemos o direito humano à vida”, disse Villafuerte. Para ela, é preciso ir “à causa, à raiz do problema e não à consequência. A família, que é o núcleo da sociedade, deve ser fortalecida, assim como a comunicação entre pais e filhos”.

Uma nova mobilização está programada para o dia 25 de janeiro, data provável para o segundo debate no plenário. Villafuerte denunciou que a comissão é "tendenciosa" e que seus membros "já estão determinados" a inserir "todos os seus ideais" descaradamente e sem escrúpulos; mas o “povo está atento e já lhes escreveu”.

Villafuerte chama a atenção para o termo "interrupção da gravidez" no projeto. Não é uma interrupção "momentânea de um processo" que pode ser retomado no futuro, diz ela. O termo real é "eliminação" de uma vida no útero, mas "este eles não querem usar", diz. Usam a palavra "interrupção" como uma forma de "manipulação para normalizar e romantizar a cultura da morte".

O objetivo da Rede Arquidiocesana de Agentes Pró-Vida é conectar fiéis interessados ​​na causa pró-vida com seus párocos. “Muitas vezes nós, como crentes, estamos ativos nas ruas, mas em nossas paróquias não se transmite a informação”.

A Rede, que iniciou suas atividades em outubro de 2021, busca formar um banco de dados que ajude a convocar e “divulgar de forma mais direta” todas as ações pró-vida que estão sendo realizadas, como cursos, formações, manifestações, etc.

Confira também: