O Arcebispo da Filadélfia (Estados Unidos), Dom Charles Chaput, afirmou que a bênção dos casais homossexuais “prejudicaria gravemente o testemunho da Igreja sobre a natureza do matrimônio e da família”.

Assim indicou o Prelado em uma carta dirigida ao clero da sua Arquidiocese na quarta-feira, 7 de fevereiro, depois que alguns líderes da Igreja na Alemanha se manifestarem recentemente a favor da bênção de casais do mesmo sexo.

A carta do Arcebispo aparece depois que, no dia 3 de fevereiro, o Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal Alemã, disse a rádio alemã ‘Bavarian State Broadcasting’, que “não pode haver regras” sobre esse tema e que, “sim”, é possível abençoar casais homossexuais e esta decisão deve estar nas mãos de “um sacerdote ou um responsável pela pastoral”.

Do mesmo modo, no último dia 10 de janeiro, o Bispo de Osnabrück e Vice-Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Franz-Josef Bode, propôs que os casais do mesmo sexo recebessem uma bênção católica, além do casamento, e que a Igreja revisasse seus ensinamentos sobre homossexualidade.

Embora em sua carta Dom Chaput não mencione o nome dos líderes alemães aos quais se refere, o Arcebispo sublinhou que “a imprudência dessas declarações públicas tem sido muito preocupante”.

“Qualquer ‘rito de bênção’ de casais homossexuais colaboraria a um ato moralmente proibido, independente de quão sinceras sejam as pessoas que desejam a bênção”, advertiu.

Segundo o Prelado norte-americano “tal bênção prejudicaria gravemente o testemunho da Igreja sobre a natureza do matrimônio e da família. Isso confundiria e desorientaria os fiéis. E prejudicaria a unidade da Igreja. O que acontece na Igreja na Alemanha sobre um tema tão significativo ressoa inevitavelmente na Igreja e, eventualmente, aqui”.

“Qualquer rito desse tipo iria contra a Palavra de Deus e o ensinamento constante e a crença católica”, sublinhou.

O Arcebispo recordou a necessidade de tratar todos “com respeito e preocupação pastoral que todos merecem como filhos de Deus com sua dignidade inerente. Isso inclui fortemente as pessoas com atrações do mesmo sexo”.

Além disso, advertiu que “não há verdade, nem uma verdadeira misericórdia e verdadeira compaixão, em abençoar uma ação que afasta a pessoa de Deus”.

Do mesmo modo, em um artigo intitulado ‘Caridade, clareza e o contrário’, publicado em 6 de fevereiro na Catholic Philly, Dom Chaput também se referiu às declarações dos líderes eclesiais alemãs sobre a bênção de casais homossexuais.

“A confusão é ruim: ruim para a alma individual e ruim para a saúde de uma sociedade, pois inevitavelmente provoca divisão e conflito”, expressou.

Nesse sentido, recordou que “os líderes têm o dever especial de serem claros, honestos e prudentes no que eles fazem e dizem. Nas palavras de São Paulo, precisam ‘falar a verdade com amor’”.

“Causar confusão precipitada ou deliberada sobre um tema importante é um fracasso grave para qualquer pessoa que é autoridade. Isto acontece na vida pública e na vida da Igreja”, destacou Dom Chaput.

O Arcebispo da Filadélfia concluiu a sua carta ao clero local reiterando que, “sob nenhuma circunstância, nenhum padre ou diácono pode participar, testemunhar ou oficiar qualquer tipo de união civil de pessoas do mesmo sexo; ou qualquer cerimônia religiosa que pretenda abençoar tal acontecimento”.

Esta medida, explicou, não significa um rechaço às pessoas, mas busca “apoiar claramente o que sabemos que é o correto sobre a natureza do matrimônio, da família e da dignidade da sexualidade humana”.

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