Roma se prepara para acolher um novo “Family Day”, um macro encontro a favor da família tradicional e contra a doutrinação da ideologia de gênero nas escolas.

Este encontro será no sábado, 30 de janeiro, às 11:30, no “Circo Massimo” devido ao grande espaço do local, em vez da Praça de São João de Latrão, escolhida no início dos preparativos.

O objetivo deste evento é mostrar o rechaço à chamada lei “Cirinnà” (sobrenome da senadora que a elaborou), que quer igualar os casais homossexuais ao matrimônio natural formado por um homem e uma mulher.

Também pretendem mostrar que não aprovam a decisão do Estado de incluir a ideologia de gênero nas escolas. A lei contempla, por sua vez, a legalização das chamadas “barrigas de aluguel” ou maternidade sub-rogada, com o que os manifestantes não estão de acordo.

O encontro está apoiado por inúmeras associações em favor da família, assim como instituições pró-vida, movimentos e realidades eclesiásticas, como é o caso da Renovação no Espírito Santo da Itália ou do Caminho Neocatecumenal, cujo iniciador e responsável internacional, Kiko Argüello, recebeu convite pessoal do Cardeal Angelo Bagnasco, Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e Arcebispo de Gênova, a fim de assegurar seu apoio.

O Cardeal mostrou sua total adesão a iniciativa e assegurou esta semana que é necessário sair às ruas e levantar a voz contra aqueles que querem impor ideologias contrárias à natureza do homem e ao projeto de Deus.

Por sua vez, assegurou recentemente que se trata de uma manifestação “a compartilhar” com fins “absolutamente necessários”. “É uma iniciativa dos leigos, com sua responsabilidade, como o Concílio Vaticano II recorda” e seu objetivo “é decididamente bom, pois a família é o fundamento de toda a sociedade”.

O Cardeal denunciou: “Vemos em nossas paróquias muitos desempregados, pessoas desesperadas que não sabem como sustentar a sua própria família”. Por isso, parece que esta medida que o governo pretende aprovar “é uma distração grave e irresponsável”.

“A família não pode ser igualada a nenhuma outra instituição ou situação”, disse o Cardeal ao falar da lei que pretendem aprovar. “A defesa e a promoção da família e a invocação de apoio real, que até agora parece que não existem, deveria ser uma voz unitária em todo o país, em todas as famílias italianas”. 

Por outro lado, o Secretário Geral da CEI, Dom Nunzio Galantino, explicou que cada bispo pode participar e convidar os seus paroquianos, algo que já está sendo feito em distintas partes da Itália.

Entre os promotores da marcha estão a associação “Manif pour tous” e “Geração Família”, da qual Filippo Savarese é porta-voz. Em declarações ao Grupo ACI, explica que esta lei “busca introduzir na Itália as ‘uniões civis’ para os casais homossexuais, ou seja, um verdadeiro e real matrimônio para pessoas do mesmo sexo”.

“Na Itália o matrimônio gay seria inconstitucional pelo que inventaram um jeito de obter os mesmos resultados: aplicar os artigos do Código Civil sobre o matrimônio também para as uniões civis”.

Savarese assegura que “as consequências, como aconteceu em toda a Europa, é a aprovação as adoções aos homossexuais e também o reconhecimento da barriga de aluguel. Além disso, abre o comércio de filhos, algo inaceitável”. “Qualquer pessoa tem o direito de viver em paz com quem ela quiser, mas a família é formada por um homem e uma mulher, e as crianças têm direito a um pai e uma mãe”, destacou.

No encontro, “diremos não à lei Cirinà e à barriga de aluguel e pediremos ao Parlamento que respeite a verdade sobre a família formada por um homem e uma mulher – disse Savarese ao Grupo ACI –, não é uma verdade religiosa, mas de razão” e “por isso se aderiram não só os católicos, como também os evangélicos, protestantes e ateus”.

“Será um dia extraordinário, pois esperamos dois milhões de pessoas”, reconhece o porta-voz.

No dia 20 de junho de 2015, milhares de famílias se reuniram na Praça de São Giovanni para mostrar seu desacordo com a lei e conseguiram parar temporalmente seu trâmite, embora fosse reativada em setembro de 2015. 

Em maio de 2007, as famílias italianas saíram as ruas a fim de protestar contra a lei que o governo pretendia aprovar e que equiparava os casais homossexuais ao matrimônio natural, como também busca fazer desta vez. Naquela ocasião, diante de um milhão de pessoas, os políticos tiveram que voltar atrás e deter a polêmica lei.

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