Pe. Nicolas Oboh, sacerdote nigeriano que foi sequestrado na semana passada no estado de Edo, foi libertado, informou a Diocese de Uromi.

"Tenho o prazer de informar que nosso sacerdote, que foi sequestrado na quinta-feira passada, Pe. Nicolas Oboh, recuperou sua liberdade", anunciou o diretor de Comunicações da Diocese de Uromi, Pe. Leonard Elomien, em uma mensagem de WhatsApp compartilhada no grupo de diretores de comunicação de várias dioceses e instituições católicas na Nigéria.

"Foi libertado hoje à noite", acrescentou na mensagem de 18 de fevereiro, na qual também agradeceu os fiéis "por suas orações e boa vontade".

No dia em que Pe. Oboh foi sequestrado, os meios de comunicação locais do país da África Ocidental informaram que várias crianças também foram sequestradas.

"Temos certeza de que ele está vivo e, desde o incidente, foram tomadas medidas para garantir que Pe. Nicholas Oboh seja libertado sem nenhum dano", disse o chanceler da Diocese de Uromi, Pe. Osi Odenore, no dia do sequestro.

Esse fato é o mais recente de uma série de sequestros e assassinatos na Nigéria que parecem ter como alvo os cristãos.

Na semana passada, supostos militantes islâmicos, no estado de Borno, causaram um incêndio que matou 30 pessoas, incluindo uma mãe grávida e seu bebê. O ataque também destruiu 18 veículos cheios de alimentos para a região.

No final de janeiro, o seminarista de 18 anos, Michael Nnadi, foi assassinado semanas depois de ser sequestrado, junto com outros três seminaristas, do seminário maior do Bom Pastor, na Nigéria.

A série de sequestros é atribuída a "um movimento financiado pelo Estado chamado: O Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (MOJWAS)", disse uma fonte na Nigéria à ACI África, agência do Grupo ACI.

MOJWAS tem membros “espalhados por toda a África Ocidental, do Mali central, até a Nigéria, passando pela República do Níger, com uma forte aliança de algumas pessoas e a região de Tillaberi na República do Níger. Estão ativos na bacia do Chade e se juntaram ao Boko Haram” e também se estenderam à República Centro-Africana, disse a fonte.

A agenda do MOJWAS, disse a fonte, "é conquistar a rica bacia do vale do Benue por razões econômicas e religiosas".

No enterro do seminarista Michael Nnadi, o Bispo de Sokoto (Nigéria), Dom Matthew Hassan Kukah, culpou o presidente do país, Muhammadu Buhari, pela insegurança na nação mais populosa da África.

"Ninguém poderia imaginar que, ganhando a Presidência, o general Buhari traria nepotismo e clandestinidade aos militares e às agências de segurança auxiliares, que seu governo estaria marcado por políticas supremacistas e divisórias que levariam nosso país ao colapso", lamentou Dom Kukah em sua homilia na terça-feira, 11 de fevereiro, durante o enterro de Michael.

O presidente Buhari não só "mostrou o maior grau de insensibilidade na gestão da rica diversidade de nosso país", mas também "subordinou os interesses mais amplos do país aos interesses hegemônicos de seus correligionários e membros do clã e das mulheres", disse o Prelado da Nigéria aos presentes no funeral.

Denunciou que Buhari "dirige o governo mais nepotista e narcisista da história conhecida" e que não dá "respostas para as milhões de crianças" que vivem nas ruas do norte da Nigéria, uma área que "ainda tem os piores índices de pobreza, insegurança ”e atraso.

O Bispo disse que esse é o momento para tomar uma decisão e separar “a escuridão da luz, o bem do mal. Nossa nação é como um barco perdido em alto mar, sem leme e com instrumentos de navegação quebrados”.

“A Nigéria está na encruzilhada e seu futuro depende de um equilíbrio precário. Este é um alerta para nós", expressou.

Publicado originalmente em ACI África. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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