O exército francês informou aos encarregados da segurança do Papa Francisco que sua próxima visita à República Centro-Africana é “de alto risco” devido à violência dos constantes enfrentamentos no país.

Assim o indicou o jornal francês ‘Le Monde’, o qual manifestou que atualmente “há uma discussão em entre o Vaticano e Paris a fim de tentar convencer de diminuir ou inclusive anular esta visita”, programada para os dias 29 e 30 de novembro; logo após a visita do Pontífice ao Quênia e a Uganda, em sua primeira visita à África.

Com relação a este tema, o Subdiretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Ciro Benedettini, assinalou em 12 de novembro aos meios de comunicação que “esta é uma decisão que deve ser tomada pelo Papa. Pelo menos até anteontem, achávamos que se não acontecesse nada, (o Santo Padre) iria” à República Centro-Africana.

Os franceses têm nesse país um grupo de 900 soldados da chamada operação Sangaris, a qual está encarregada de cuidar do aeroporto de Bangui, a fim de garantir a chegada de material de emergência e as saídas médicas.

A segurança de todo o país está nas mãos da missão MINUSCA da ONU, integrada por 9 mil soldados e 1.500 policiais, os quais não são suficientes para manter a paz entre a frente muçulmana Seleka e o Anti-Balaka, este último formado por cristãos e animistas.

Desde o dia 1º de outubro, informa o jornal ABC da Espanha, devido aos enfrentamentos, morreram mais de 70 pessoas e outras 300 ficaram feridas.

O governo provisório, presidido por Catherine Samba Panza, devia ter convocado eleições gerais para o dia 13 de novembro, mas não conseguiu, deixando para essa data apenas o referendum para a nova constituição.

Além disso, devido à violência, continuam refugiados milhares de centro-africanos nos países limítrofes.  O jornal ‘Le Monde’ assinalou também que a visita do Papa “atrairia centenas de milhares de crentes dos países vizinhos, cuja chegada tornaria ainda mais frágil o país que está em ruínas”.

O governo de Catherine quer que a visita de Francisco promova a paz e essa é também uma das razões pelas que o Papa quer ir.

No dia 1º de novembro, durante a oração do Ângelus, o Santo Padre expressou sua preocupação pelos fatos de violência ocorridos na República Centro-Africana e afirmou: “A fim de manifestar a proximidade e as orações de toda a Igreja a esta nação angustiada e atormentada e para exortar todos os centro-africanos a serem sempre testemunho de misericórdia e de reconciliação, no domingo 29 de novembro tenho o prazer de abrir a porta Santa da Catedral de Bangui, durante a Viagem Apostólica que espero poder realizar nessa nação”.