Dom Juan José Asenjo, Arcebispo de Sevilha (Espanha), disse que está "surpreso" com a "rapidez e a pressa" na tramitação do projeto de lei da eutanásia "sem que houvesse uma demanda social, sem os relatórios necessários do Conselho de Estado e de outras instituições, que eu acho que são obrigatórios”.

Dom Asenjo também enfatizou que “a vida deve ser respeitada em todos os momentos, desde a sua concepção até seu fim natural” e, por isso, a Igreja condena o aborto, ao qual descreveu em outras ocasiões como “crime péssimo, ou seja, crime abominável”.

Além disso, assegurou que se trata de um eufemismo descrever a eutanásia como “uma morte digna, uma morte doce, uma boa morte, mas que é favorecer dispor da própria vida quando alguém considera que não tem sentido ou que não é produtiva para a sociedade”, algo que é "intrinsecamente perverso e imoral".

"O único dono da vida é Deus, Nosso Senhor, ninguém pode abreviá-la, nem o interessado, nem sua família, muito menos os médicos que fizeram o juramento hipocrático para defender a vida em todas as suas fases", assinalou.

Por isso, disse que "fica muito triste" com as várias iniciativas que começaram nesse sentido porque, "definitivamente, vão pisotear a lei natural".

O que está “no fundo é a falta de conhecimento e respeito pela verdade e pelo direito natural que é anterior à lei da Igreja. E esse deve ser o manancial onde qualquer iniciativa legislativa deve ser nutrida, não somos ninguém para suprimir uma vida que em todo caso devemos defender”, expressou.

Em 11 de fevereiro, começou a tramitação da lei da eutanásia no Congresso dos Deputados da Espanha como proposta do governo da coalizão entre PSOE e Podemos. Atualmente está pendente de aprovação.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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