O Bispo Auxiliar de Oviedo (Espanha), Dom Cecilio Raúl Berzosa Martínez, recordou que a ciência e a fé, "quando são autênticas", não são inimigas nem podem ignorar-se, "mas devem complementar-se, já que são companheiras de viagem do único mistério, que é precisamente a vida".

Dom Berzosa, autor, entre outras publicações do livro "Cem perguntas e respostas sobre o mistério de nossas origens", sustentou estas afirmações durante sua exposição "Criação e Evolução? Ciência e Fé depois de Darwin".

O Prelado participou com esta conferencia no II Encontro Universitário Caminho de São Tiago "As Origens", realizado em Burgos pela Associação Encontros no Caminho. Nela o bispo recordou que "nas décadas dos 70 e dos 80 havia uma grande luta entre a religião e a ideologia dominante, que era o materialismo" e ressaltou que "hoje acontece o contrário. A ciência abre portas e janelas ao mistério e a Igreja oferece uma reflexão desde a Teologia".

Ao referir-se aos fósseis humanos encontrados em Atapuerca, jazida arqueológica se localizado ao leste da cidade de Burgos (Espanha) e na que alguns consideram que se encontrou o resto humano mais antigo do Velho Continente, Dom. Berzosa assinalou que estes descobrimentos são "só um episódio mais dentro do mistério da evolução, que começa não há um milhão de anos, mas há 15 bilhões de anos".

"Os cientistas querem desentranhar o ocorrido em todo esse tempo mas ficam perguntas para as quais não há resposta em Atapuerca nem em nenhuma jazida: quem escreveu o script (da evolução), por quê e como".

"As respostas vêm dadas porque as pessoas que têm fé consideram o autor, Deus criador; enquanto que os cientistas ficam nos limiares", esclareceu.

Por isso, Dom Berzosa recordou que "a fé cristã admite o tema da evolução, embora não se trata de uma evolução fechada e cega, fruto exclusivamente do azar e da casualidade. Deus fez o mundo em forma de evolução".