Como compreender o sofrimento humano unido à Paixão de Cristo? O Arcebispo Emérito do México, Cardeal Norberto Rivera, propõe estas 4 chaves:

1. Cristo sempre te guia pela mão diante do sofrimento

Em sua homilia pela Missa de Domingo de Ramos ou Domingo da Paixão em 2017, o Cardeal Rivera disse que a “tragédia” da Paixão de Cristo “tem um sentido e uma importância suprema”, porque em algum momento da nossa vida todos nos “encontramos com a dor, o sofrimento e o desespero”.

“Não necessitamos uma teoria, um conceito, mas alguém que nos guie pela mão, para enfrentar esta situação de dor e sofrimento. Por isso, Cristo quer que o aceitemos como um companheiro, deseja que o recebamos na nossa vida”, detalhou.

O Purpurado assegurou que a Paixão é “o núcleo mais importante do Evangelho”, porque nos ajudará a descobrir “o maior amor que já sentimos, será o grande amor que nos levará a enfrentar essas situações tão dolorosas pelas quais passamos ou sempre teremos que passar”.

2. Cristo ajuda a dar sentido à dor

O Arcebispo Emérito do México contou a história de um jovem que ele conheceu quando era encarregado de um grupo de jovens. Deram um tiro no rapaz que o deixou paralítico.

Um dia, ao visitá-lo, o rapaz confessou que era feliz: “Não encontrava o sentido de minha vida, por isso ia a muitas festas, vivia em pecado e nada me satisfazia; agora encontrei o sentido da minha vida”.

O Cardeal disse que uma história como essa “pareceria absurda”, entretanto, acrescentou que Jesus pode ajudar qualquer pessoa a encontrar o sentido da dor.

“Cristo quer nos convidar não só para que contemplemos o que aconteceu há 20 séculos, Cristo quer nos levar a viver a sua paixão, essa paixão que não é um caso encerrado, não é um julgamento que terminou, nem um arquivo fechado”.

3. Cristo continua sofrendo a paixão em cada membro da Igreja

O Cardeal Rivera indicou que “Cristo continua sofrendo, continua sofrendo em cada um dos seus membros”.

“Continua completando a Paixão de Cristo em tantos irmãos nossos que estão com fome, que sofrem perseguição por causa da justiça, que sofrem na prisão, sofrendo qualquer outra ‘dor’ ou contradição”.

4. Cristo é crucificado pela indiferença do homem

O Purpurado esclareceu que contemplar a paixão como alguém que olha de longe um espetáculo, “pode ser perigoso”.

“Podemos estar assumindo o papel daqueles que levaram Jesus ao sofrimento da cruz, ao tormento, com as nossas decisões, com as nossas atitudes, os nossos comportamentos diante dos outros irmãos, com decisões perversas, podemos estar levando Cristo novamente ao sofrimento, à cruz”, indicou.

Além disso, afirmou que poderíamos terminar como aquele “que lava as mãos, como alguém que simplesmente está tomando decisões, pela fraqueza, ou não está tomando decisões ante um Jesus que passa na nossa frente, sofrendo, perseguido, crucificado”.

Finalmente, o Cardeal Rivera disse que “a paixão de Jesus deve nos levar a enfrentar a dor e o sofrimento, acompanhados por alguém que sofreu a dor mais profunda, que aceitou a situação mais terrível que o ser humano pode ter, ou como dizemos, ‘que desceu aos infernos’”.

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