Em entrevista concedida à TV2000 e InBluRadio, o Papa Francisco contou duas dramáticas e comoventes histórias que ficaram no seu coração após as Sextas-feiras da Misericórdia durante o Ano Santo que terminou ontem.

O Santo Padre recordou os casos de uma mulher que foi resgatada da prostituição e era torturada pelos seus exploradores e a história de uma mulher que havia dado à luz três bebês, um deles morreu e estava desconsolada depois da sua morte.

Estas são as duas histórias que o Santo Padre contou:

“A primeira: quando visitei as mulheres que estão sendo resgatadas do sofrimento da prostituição. Lembro-me de uma africana: muito bonita, muito jovem… e explorada. Estava grávida. Não só havia sofrido a exploração, mas inclusive havia sido submetida a agressões e torturas: ‘Tem que ir trabalhar’… E enquanto ela me contava a sua história, havia 15 moças que me contaram suas histórias, uma delas me dizia: ‘padre, eu dei à luz no inverno na rua. Sozinha. Minha menina morreu’. Fizeram-na trabalhar até aquele dia, porque se não levava muito aos exploradores, era espancada, também torturada. De uma outra cortaram a orelha… E pensei não só nos exploradores, mas naqueles que pagavam as moças: não sabem eles que com aquele dinheiro, para obter uma satisfação sexual, ajudavam os exploradores?

A segunda: aquele dia fui acompanhar dois pontos extremos da vida: o início e o fim. Fui ao hospital próximo ao Gemelli, um hospital que tem relação com o Gemelli, mas para doentes terminais. No mesmo dia fui ao hospital San Giovanni, visitei a maternidade, e havia uma mulher chorando, chorando, chorando, diante de seus filhos gêmeos… pequenos, mas muito lindos. Seu terceiro filho tinha morrido. Eram três, mas um deles estava morto. Ela chorava pelo seu filho morto, enquanto acariciava os outros dois. O dom da vida.

E então pensei no hábito se desfazer dos bebês antes mesmo do nascimento, este crime horrendo: se desfazem porque é melhor assim, porque é mais cômodo, é um pecado gravíssimo, é uma responsabilidade grande”.

Esta mãe, que teve três filhos, chorava pelo que havia morrido e não podia se consolar com os dois que estavam vivos. O amor à vida em qualquer situação… É algo muito grande… Estas são as duas coisas que vi…”.

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