Sob o lema "Ative-se pela vida", mais de 40 mil pessoas marcharam recentemente pelas ruas de Guadalajara contra a tentativa do Partido da Revolução Democrática (PRD), de despenalizar o aborto em Jalisco, tal como ocorreu em Cidade do México.

Os manifestantes, convocados por 50 instituições públicas e privadas,  partiram de distintos pontos da cidade até confluir no Plaza Liberação de Guadalajara, onde, vestidos de branco, expressaram sua postura a favor da vida com frases como "Vida sim, aborto não!" ou "Eu se for, vou à vida!".

Ao término da marcha se assinou um acordo com dez pontos para proteger a vida e a família. Entre os participantes se encontrou o Secretário de Governo do Estado de Jalisco, Fernando Guzmán Pérez Peláez.

Os assinantes se comprometeram a promover reformas legislativas estatais e federais que reconheçam e protejam a vida humana, elaborar um plano de apoio integral que dignifique à pessoa, trabalhar por uma educação integral, assim como apoiar a todos aqueles grupos, partidos e instituições que proponham a cultura da vida.

Uma verdadeira mãe não machucaria seu filho

Por outro lado, o Arcebispo de Guadalajara, Cardeal Juan Sandoval Íñiguez, advertiu em sua mensagem pelo Dia da Mãe que o projeto de lei de despenalização do aborto é uma "grande equívoco" que "de algum jeito empurra às mães a que não sejam mães, mas sim assassinas de seus próprios filhos".

"A despenalização causará um grave dano na consciência, sobre tudo das maiorias, porque de agora em diante se pensará que se está permitido pelo governo, pela lei, então o aborto não é uma questão má", assinalou o texto publicado pelo Semanário, órgão informativo do arcebispado.

O Cardeal afirmou que "uma autêntica mãe" nunca permitiria que machucassem a seu filho, "porque é um dom de Deus" sem importar como tenha sido concebido. Recordou que "esse seu filho em formação" é um ser humano "feito a imagem e semelhança de Deus, com uma alma imortal e um destino temporário e eterno que cumprir".

Congresso rechaçou discutir aborto

Por outro lado, com os votos da Partida Ação Nacional (PAN) e do Partido Revolucionário Institucional (PRI), o Congresso de Jalisco rechaçou a proposta do PRD de levar o aborto a uma consulta popular.

Dos 37 deputados presentes, cinco votaram a favor e 32 em contra.

Segundo o deputado Carlos Orozco (PRD), as democracias mais avançadas tomam as decisões depois de consultar à população. Entretanto, seu partido não quis submeter a referendum o aborto no México DF apesar das mais de 70 mil assinaturas que apoiavam a consulta.

Por sua parte, o representante do PAN, Arturo Gutiérrez Tejeda, advirtiu que despenalizar o aborto é causar dano ao país porque se promove "a cultura da morte".