Em declarações aos jornalistas durante o vôo que o leva ao Brasil, o Papa Bento XVI recordou que a excomunhão de quem procura um aborto "não é nada novo" nem "arbitrário", em alusão aos legisladores da Assembléia Legislativa do Distrito Federal (ALDF) que votaram a favor de despenalizar o aborto na capital mexicana.

Conforme informaram várias agências internacionais, o Pontífice recordou que o Direito Canônico assinala a excomunhão automática para qualquer que procure um aborto.

Há algumas semanas, a Arquidiocese do México recordou que os médicos e as enfermeiras que efetuam abortos, assim como os legisladores que respaldaram a recente legalização incorrem em excomunhão latae sententiae.

O Santo Padre explicou que "essa excomunhão não foi arbitrária, mas sim está permitida pela lei canônica (da Igreja) que diz que dar morte a uma criança inocente não é compatível recebendo a comunhão, que é receber o corpo de Cristo".

Neste sentido, reiterou que as autoridades católicas "não fizeram nada novo, surpreendente ou arbitrário. Simplesmente anunciaram publicamente o que está contido na lei da Igreja (...) que expressa nossa apreciação da vida e que a individualidade humana, a personalidade humana, está presente do primeiro momento (da vida)".

Do mesmo modo, indicou que os parlamentares que votam a favor do aborto em todo mundo têm "dúvidas sobre o valor e a beleza da vida, e inclusive uma dúvida sobre o futuro". "O egoísmo e o temor estão na raiz da legislação (pró aborto). Nós, na Igreja, temos uma grande luta para defender a vida", adicionou na coletiva de imprensa que durou 25 minutos.

"A Igreja diz que a vida é formosa, não é algo sobre o que duvidar mas sim é um presente, inclusive quando se vive em circunstâncias difíceis. É sempre um presente", afirmou.