Os parlamentários do Partido Revolucionário Institucional (PRI) fizeram um chamado ao Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera, para que se elimine a suposta “ameaça” de excomunhão que penderia sobre eles. Os políticos não teriam compreendido o que faz uns dias explicou a Igreja no país: quem procura ou participe do aborto incorre em excomunhão latae sententiae, quer dizer automaticamente.

Esta semana, o Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME) publicou em seu sítio Web algumas elucidações sobre este tema e recordou que a Igreja não ameaçou com a excomunhão a quem promove ou praticam o aborto, senão que “só recordou aos fiéis cristãos a norma que existe no Código de Direito Canônico que data de 1983. O cânon 1398 textualmente diz:  ‘Quem provoca o aborto, se este se produzir, incorre em excomunhão latae sententiae’”.

O SIAME recordou que “a Igreja protege a vida humana inclusive do nascituro. Devido a ser uma ação tão rejeitável e de que a maior das vezes se faz em segredo a pena é a excomunhão latae sententiae, quer dizer, acontece quando se leva a cabo o delito, não necessita uma declaração pública, acotece no próprio ato”.

Apesar desta elucidação, o coordenador da fração priísta da Assembléia Legislativa do Df, Jorge Schiaffino Isunza, particularizou que seria "um bom chamado à unidade nacional e à reconciliação que o cardeal atendesse esta petição".

Da Assembléia Legislativa, Schiaffino pediu aos  que "participamos do debate, aos que confronto, a que esqueçamos o debate do dia 24 (de abril) e que possamos fazer esforços, já com a despenalização do aborto, para seguir trabalhando pela cidade; fazer um chamado aos governos federal e local para que continuem com sua obrigação para que isto possa seguir adiante".

O Arcebispo do México emitirá este domingo uma resposta oficial a despenalização do aborto no Df.

Passos para levantar excomunhão

Por sua parte, o Pe. Hugo Valdemar Romero respondeu hoje que para levantar a excomunhão, o que os deputados como o Sr. Schiaffino, que votaram a favor da despenalização do aborto, devem fazer é: ter “arrependimento e dor profunda pelo pecado cometido”, confessar “seu pecado ao Sr. Arcebispo”, cumprir “a penitência que lhe imponha para receber a absolvição sacramental” e “reparar o dano feito”, quer dizer, trabalhar “para jogar atrás a lei criminal e iníqua que acaba de passar. De outra maneira não é possível voltar para o seio da Santa Mãe Igreja a quem lhe dói ter perdido um filho como o senhor”.