Não é a trama de um filme de ficção científica. A Autoridade de Embriologia e Fertilização Humana (HFEA, em suas siglas em inglês) na Inglaterra começou um estudo para decidir se autoriza a criação de “embriões híbridos” nos que se una material genético de seres humanos e animais.

Duas equipes de cientistas britânicos do King's College de Londres e a Universidade de Newcastle solicitaram permissão a HFEA para produzir embriões que seriam 99.9 por cento humanos e 0.1 por cento animais, mas o organismo decidiu deixá-los em suspense até terminar seu estudo.

Embora a proposta foi rechaçada por cientistas, promotores, associações de doentes e até o Primeiro-ministro, um relatório do Comitê parlamentario de Ciência e Tecnologia sustenta que proibir totalmente a criação de embriões híbridos "é desnecessário" e poderia “danificar os avanços da ciência” em Grã-Bretanha.

O relatório em questão expõe a criação de híbridos dos que se possam obter células estaminales, só poderiam desenvolver-se até os 14 dias e logo deverão destruir-se. Não seriam implantados em corpos viventes de humanos nem animais.

Segundo os promotores destes experimentos, os híbridos compensariam a escassez de embriões humanos para a investigação.

A HFEA convocará a uma reunião em junho com todos os grupos interessados no tema e está realizando um sondagem entre dois mil pessoas.

Josephine Quintavalle, diretora do Comment on Reproductive Ethics, advertiu que “a pesar do entusiasmo do comitê, no mundo e Inglaterra há mais oposição que apóio à criação destas entidades. O público deve exigir uma consulta extensa e objetiva ao mais alto nível democrático”.