O porta-voz da Arquidiocese do México, Pe. Hugo Valdemar Romero, reafirmou que o Cardeal Norberto Rivera não cometeu excessos em suas declarações sobre o aborto, tal como denunciaram representantes do Partido Alternativa e pelo qual a Secretaria da Gobernação (SEGOB), iniciou “um processo administrativo” contra o Cardeal e seu porta-voz.

Estas declarações aconteceram após que a SEGOB anunciasse o início de “um processo administrativo” contra o Arcebispo do México e seu porta-voz “por presuntas infrações” à Lei de Associações Religiosas e Culto Público, denunciado por Jesus Robles Maloof e Armando Arteaga Tenorio, coordenador e vice-coordenador do Comitê Estatal Provisório do Partido Alternativa Socialdemócrata e Camponesa.

Em diálogo com a Rede de Rádio Rede, o Pe. Valdemar recordou que “o Cardeal só teve duas intervenções que foram muito cuidadosas, uma na marcha até a Basílica de Guadalupe, na peregrinação; e outra na Missa de Quinta-feira santa na Catedral” já afirmou que em ambas “de maneira nenhuma se pode dizer que se excedeu e violado a lei de cultos”.

Em seu caso, assinalou, “eu poderia aceitar que houve momentos muito ríspidos no debate, e bom, se me demostram onde estão essas faltas e se são reais, eu não tenho nenhum problema em aceitá-la; inclusive me desculpar se alguém se sentiu ofendido por isso”. Do mesmo modo, indicou que o processo iniciado pela Segob é pela queixa interposta por um partido e que se trata de um trâmite administrativo, nada de caráter legal.

Ainda não foram notificados

Por sua parte, a Arquidiocese do México informou em um comunicado de imprensa “que até a data não se recebeu notificação alguma em relação ao início do mencionado procedimento” anunciado pela SEGOB.

O texto reafirmou que a Arquidiocese “sempre foi respeitosa de nossas instituições e do marco legal que norma a nova vida democrática do México”, mas lamentou que “se inteirou” deste procedimento “através dos meios de comunicação e não pela via institucional, como obriga a respeitosa relação entre as instituições”.

Do mesmo modo, expressou sua estranheza de que a SEGOB inicie este processo quando em seu comunicado de imprensa reconhece que “os demandantes incorreram em irregularidades ao não creditar sua personalidade como membros de um partido político”.

Finalmente, afirmou que “uma vez recebida a notificação”, apresentará “suas alegações por escrito conforme a direito e sempre respeitosa da ordem constitucional”. O comunicado está assinado pelo Subdirector de Comunicação Social, Pe. Juan Angón Velásquez.