Alguns dos mais controvertidos promotores da teologia da libertação participarão de um "Seminário Latino-americano de Teologia" que acontecerá de maneira paralela a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina em Aparecida, Brasil.

O evento se realizará na sede do Instituto do Coração Eucarístico na cidade turística de Pindamonhangaba, muito perto de Aparecida, de 18 a 20 de maio, coincidindo com os dias centrais da V Conferência, com a intenção de ter um impacto nos bispos reunidos em Aparecida da perspectiva da Teologia da Libertação.

O seminário contará com a participação de controvertidos teólogos como o sacerdote peruano Gustavo Gutiérrez, autor da obra censurada pelo Vaticano "Teologia da Libertação - Perspectivas"; Pablo Richard, um sacerdote chileno suspenso em suas funções clericais; o brasileiro Agenor Brighenti, membro do controvertido grupo de pressão marxista "Ameríndia" e outros libertacionistas.

Segundo os organizadores, o evento levará por título "América Latina, Cristianismo e Igreja no século XXI" e tem como objetivo "refletir sobre os desafios da  realidade latino-americana e encontrar respostas para os mesmos como Igreja".

No dia 18, as conferências tratarão sobre "os desafios da realidade mundial, a realidade latino-americana e os desafios para o cristianismo no século XXI", da perspectiva desta corrente teológica.

No 19, Gutiérrez e Richard desenvolverão respectivamente os temas "Um cristianismo para a América Latina" e "Uma Igreja para a América Latina".

O último dia, dois membros do Conselho Nacional de Laicos do Brasil abordarão o tema da laicidade em uma Igreja latino-americana comprometida com a construção da justiça".

O Conselho Nacional de Laicos do Brasil publicou recentemente o documento "Rumo à Aparecida: Manifesto do Povo de Deus".

O documento, centrado exclusivamente em temas políticos, ideológicos e econômicos, começa assinalando que "na América Latina e no Caribe se vive a expectativa da superação de estruturas injustas, agravadas, atualmente, pelo sistema neoliberal (...) o abismo entre ricos e pobres segue sendo uma ofensa a Deus Pai-Mãe da humanidade".

O texto pede aos bispos participantes em Aparecida que se convertam em agentes sociais e políticos de mudança econômica na região, e conclui assinalando que as comunidades cristãs da América Latina e do Caribe "se sentem comprometidas com a defesa da natureza e a preservação da vida humana, animal, vegetal e das águas. Sem uma nova espiritualidade integradora da luta pela libertação ecológica, não haverá futuro e corremos o risco de destruir o lugar da aliança de Deus com os seres humanos e com toda a criação", conclui o texto.