O Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, fez um chamado aos católicos da Espanha para que trabalhem evitando três atitudes perniciosas: "a desesperança, o enfrentamento e a submissão".

"Os cristãos estão chamados a superar a desesperança. Não podemos nos somar ao lamento dos tristes que todo o vêem mal. Deus nos ama irrevogavelmente. Jesus nos prometeu sua presença e sua assistência até o fim do mundo. A Providência de Deus tira para seus filhos bens, inclusive dos males. A Igreja e a salvação do mundo são acima de tudo empresas de Deus. Temos tantos motivos para manter a alegria do serviço e do amor!", explicou o Prelado valenciano.

Em seguida e após afirmar que "manter posturas claras, denunciar enganos, propor retificações e defender os conteúdos de nossa fé e da razão não suporta exercer o enfrentamento pessoal", o Arcebispo de Valência recordou que "a história demonstra que a democracia moderna nasceu no âmbito de uma cultura cristã, desenvolvida em torno de três convicções políticas fundamentais" que são a pessoa humana, a necessária distinção entre Igreja e Estado; e o compromisso pelo respeito aos direitos humanos.

"O Evangelho proporciona os elementos necessários para construir uma ordem respeitosa com a dignidade da pessoa humana como ser livre e responsável por seus atos", prosseguiu Dom García Gasco e assegurou, ao falar da submissão, que "o amor não pode subordinar-se a uma lógica que o corrompa. A fidelidade à mensagem de Jesus e à doutrina da Igreja exige reconhecer seu valor permanente, sem diluir-se nem submeter-se às imposições da cultura nem da moda intelectual. Fazem um fraco serviço ao bem comum os cristãos que, por certo temor ao 'o que dirão', alardeiam com uma cultura laicista e hedonista e apresentam um credo adaptado ao gosto do ouvinte".

Do mesmo modo, o Arcebispo manifestou a necessidade de "anunciar Jesus Cristo favorece o bem comum dos povos" já que "quando as pessoas descobrem uma base sem comover para sua felicidade, aprendem a amar e geram bens incontáveis para a convivência, do lar familiar até a educação e o ensino, ou a atenção e o cuidado dos mais débeis e necessitados".

"Os cristãos reclamam a toda autoridade política a liberdade de exercer sua contribuição ao bem comum, sem mais limites nem restrições que as imprescindíveis para a paz e a ordem pública. Se atacar esta liberdade por prejuízos ideológicos se danifica o bem humano de uma sociedade", anotou.

Finalmente, Dom García Gasco expressou que "os laicos cristãos estão chamados a participar da vida social e política com esta responsabilidade alegre, esperançada, respeitosa, valente e livre. Animo a viver e a gozar da coerência do amor que surge do Evangelho: o amor até o extremo".