Em uma coluna que publicará na quarta-feira, o vaticanista italiano Sandro Magister afirma que existe um perigosa “falta de norte” em muitos líderes católicos no momento de enfrentar o desafio do Islã de vertente mais fanática.

O vaticanista do semanário L’Espresso adverte que “os vértices da Igreja” imperaram o silêncio e o extravio nos dias imediatamente sucessivos ao massacre de inocentes em Beslan”.

Magister assinala, citando os principais meios de comunicação católicos vinculados ao Vaticano e à Conferência Episcopal Italiana, que a reação destes “existiu um curioso obscurecimento do inimigo –o terrorismo islamista – e um  desarmante silencio sobre a fé religiosa dos assassinados”.

Com efeito, Magister lembra que na região caucásica da Rússia, Ossetia é o único enclave cristão, já que quase todos seus 700 mil habitantes são ortodoxos. Magister critica especialmente os editoriais políticos do jornal católico “Avvenire”, escritos pelo correspondente Maurizio Blondet, um homem que, conforme revela o vaticanista, tinha responsabilizado o atentado fundamentalista islâmico de 11 de março de 2004 em Madri (Espanha) aos israelenses.

A crítica do Magister se dirige também a algumas comunidades e organizações católicas que promovem o ecumenismo; e entrevista especialmente o recente encontro organizado pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso em Doha, Qatar, de 27 a 29 de maio, entre muçulmanos e católicos.

O vaticanista do L’Espresso desmente com importantes dados biográficos a crença de que o Vaticano tem como interlocutores do Islã  “muçulmanos moderados”; pois se trata de líderes islâmicos que, embora mais moderados que os terroristas, justificam o ataque contra inocentes no Iraque e Israel, e até justificam a perseguição de cristãos.

A mesma crítica dirige Magister à recente reunião organizada pela Comunidade de Santo Egídio em Milão de 5 a 7 de setembro, onde “a condenação de um ato terrorista geograficamente longínquo a eles –como o do Beslan–, os expoentes muçulmanos do Oriente Médio  justapuseram a aprovação dos atos terroristas contra civis no Iraque e na Terra Santa”.

Segundo Magister, “o extravio eclesiástico frente ao Islã” foi confirmado pelo fato de que alguns muçulmanos moderados foram ainda mais enérgicos em condenar a seus correligionários assassinos de Ossetia, chamando-os inclusive de “nazistas”. Entretanto, estas condenações não foram reproduzidas pelos principais meios católicos italianos.

A coluna completa de Magister aparece nesta quarta-feira na página Web de L’Espresso: www.chiesa.espressonline.it/english