A nova presidente da Federação Espanhola de Associações Pró-vida, Alicia Latorre, expressou que um dos desafios que enfrenta o novo Conselho Federal é fazer chegar a mensagem pró-vida ao maior número de pessoas e aos meios de comunicação, porque "terá que despertar as consciências, começando cada qual pela sua".

Em entrevista com o semanário Alfa e Omega, a representante afirmou que a mensagem pró-vida "não é só o problema do aborto, mas sim todo o relacionado com a cultura da vida". Destacou que a provocação é "transmiti-lo íntegro, com toda sua grandeza e congruência".

"É muito importante tratar de conseguir que haja leis justas em todo o relacionado com a vida humana, e estruturas de ajuda real e positiva, tanto a nível nacional como internacional. A mensagem pró-vida é boa para todos. Melhora às pessoas e, portanto, ao mundo", manifestou Latorre.

Nesse sentido, chamou a valorizar a vida do não nascido "como um bem a ser protegido" e exigir aos Governos que dê às mulheres a informação adequada. Explicou que uma condição indispensável para qualquer estratégia comunicativa é "ter muita humildade e, por sua vez, astúcia e valentia. Não podemos ir com altivez (e sim com segurança), nem com violência (e sim com firmeza). Tampouco com covardia ou ingenuidade".

Podem-se mudar as coisas

Por outro lado, Latorre destacou a aparição de diversas associações pró-vida na Espanha e o trabalho que faz cada uma delas. Expressou seu desejo de que graças às mesmas, a divulgação da cultura da vida chegue "a todos os cantos", porque "a passividade e a indiferença são um dos piores males de uma sociedade". "Se está tomando consciência de que podemos e devemos mudar as coisas", assinalou.

Nesse sentido, explicou que para alguns projetos de defesa da vida coordenam com outras associações, tanto nacionais como estrangeiras. "Há grandes foros e plataformas das quais formamos parte, porque coincidimos com eles em algum campo, como o Foro Espanhol da Família, o Pacto pelos Direitos e Liberdades, Há alternativas, etc. Estando unidos, os efeitos se multiplicam, e os ânimos se confortam", afirmou.

Remover as vísceras da sociedade

Em outra parte da entrevista, Alicia Latorre explicou que o aborto, que tem tocado a um milhão de mulheres espanholas, "é a ponta do iceberg de outros muitos problemas". Disse que "há um grande setor da população que não quer falar do tema".

"Falar do tema removeria todas as vísceras da sociedade; far-nos-ia replanejar questões a nível pessoal e institucional, e isso não é cômodo. Entretanto, quando não se tem medo à verdade, quando se rompe esse muro, abre-se a porta à esperança, salvam-se muitas vidas, curam-se muitas feridas e a sociedade avança", afirmou.