O presidente do Colégio de Advogados Católicos, Armando Martínez, assinalou que a diretora da organização abortista autodenominada Católicas pelo Direito a Decidir (CDD), Consuelo Mejía, poderia ser demandada no civil por dano moral, calúnia e difamação, se não demonstrar cada acusação que faz contra o Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera, e seu porta-voz, o Pe. Hugo Valdemar.

Martínez, também representante legal do sacerdote, respondeu desta maneira às declarações da diretora do CDD, quem responsabilizou à hierarquia eclesiástica dos e-mails ameaçadores que teriam recebido várias organizações antivida.

"Vamos levantar uma denúncia penal pela ameaça que nos chegou por correio a várias das organizações. Estamos responsabilizando à hierarquia, sobre tudo o porta-voz da Arquidiocese da Cidade do México, por esta situação. Eles imprimiram no debate (sobre a despenalização do aborto) um tom agressivo", afirmou Mejía.

Ante isso, Martínez exigiu a dirigente abortista cumprir com sua palavra e apresentar a denuncia contra o autor do e-mail, a quem Mejía relacionou com o Arcebispado. Indicou que de não fazê-lo, a hierarquia está em seu direito de interpor uma denúncia civil contra quem a notificação sem provas.

Do mesmo modo, assinalou que o que a Igreja tem feito "é ser contundente em sua postura em favor da vida" e por isso se investiga "qualquer ataque ou ação empreendido contra alguma destas mulheres ativistas ou de outra pessoa". Esse tipo de ações não são atitudes de um sacerdote, "como tampouco correspondem de maneira nenhuma à forma de atuar do Pe. Hugo Valdemar nem de nenhum outro líder católico", adicionou.

Arquidiocese pede investigação

Por sua parte, o porta-voz da Arquidiocese do México, Pe. Hugo Valdemar, condenou todo tipo de agressão e exigiu às autoridades locais investigar as supostas ameaças de morte contra alguns membros de grupos abortistas.

"A Arquidiocese do México é uma associação religiosa, apegada ao Evangelho, por isso para a Arquidiocese resulta inaceitável qualquer ameaça ou agressão, independentemente da ideologia da pessoa que a recebe", expressou.

Afirmou que os sacerdotes são os primeiros em rechaçar este tipo de ações, "e a primeira agressão que não deve exercer-se é em contra da criança que está no ventre de sua mãe".

Perseguição intolerante

Por outro lado, Armando Martínez assinalou que a exortação da Assembléia Legislativa do Distrito Federal (ALDF) à Secretaria do Governo, para que faça valer o Estado Laico e limite as declarações da Igreja sobre o aborto, é uma amostra mais da "perseguição intolerante e intransigente" dos deputados.

O advogado assinalou que a hierarquia eclesiástica não violou nenhuma lei ao opinar sobre o aborto, pois a maioria das ações para impedir sua despenalização foram feitas pelo grupo Somos Vida e o Colégio de Advogados Católicos.