Frente ao anúncio do Governo espanhol de remeter em breve à Câmara de Deputados um projeto de lei que equipar legalmente as uniões homossexuais com o matrimônio, o Bispo de Palência, Dom Rafael Palmero Ramos, explicou que esta iniciativa é jurídica e moralmente inaceitável por ser “irracional”.

Ao explicar que o matrimônio único e verdadeiro é o que realizam um homem e uma mulher conforme estabeleceu Deus na natureza mesma, Dom Palmero assinalou que “se pretende com esta medida dar cobertura legal a algo jurídica e moralmente inaceitável, por irracional”.

Depois de destacar a “dignidade pessoal inalienável” de todo ser humano “que ninguém pode nem deve menosprezar ou discriminar”, o Prelado precisou que “entretanto, embora todos temos idêntica dignidade, não todos temos os mesmos direitos”.

“A natureza do Direito, precisava Cicerón, tem que deduzir-se da natureza do homem. E se for distinta a natureza, tanto física como psíquica, do homem e da  mulher, também o são seus direitos. Desde aí a complementaridade. Complementaridade que não existe na união de um homem com outro homem, ou de uma mulher com outra mulher”, explicou o Bispo palentino.

Assim, Dom Palmero, explicou que “não pode, portanto, haver matrimônio mais que entre pessoas de sexos diferentes”. “É exigência de ordem natural. Não lhes cabe, pelo mesmo, a duas pessoas do mesmo sexo direito algum a contrair matrimônio entre elas”.

“Daí que o Governo não deva reconhecer este direito inexistente, nem dar suporte legal a algo que atenta contra a natureza própria da instituição e contra o bem comum da sociedade”, concluiu.

Do mesmo modo, o Bispo defendeu o matrimônio como espaço adequado para a realização de quem o conforma. “Só nele as crianças aprendem as duas virtudes sociais mais importantes, o amor ao próximo e a justiça. É difícil, pelo mesmo, que outro tipo de uniões unissexuais possa contribuir à perfeição de seus componentes. Ao carecer de mútua diferença sexual, estarão privados da natural complementaridade”.

Sobre a adoção de menores por casais homossexuais, Dom Palmero explicou que os meninos “se veriam privados do direito fundamental de ter um pai e uma mãe, com sua respectiva contribuição psicológico-afetiva para a nítida identificação sexual de suas pessoas e, sobretudo, para seu desenvolvimento emocional, especialmente essencial nos anos de sua infância e adolescência, de modo que, quando falha..., dificilmente pode ser suprida".

Igualmente, assinalou que se o Governo socialista “equipasse a união de homossexuais ao matrimônio, está introduzindo um perigoso fator de dissolução da instituição matrimonial e da justa ordem social, que em nada contribuirá a superar a alarmante crise demográfica” na Espanha.

Como conclusão, o Bispo do Palência uniu sua voz “a de quem quer pulsar o alarme. Não só os católicos, mas também quantos queiram deixar-se conduzir pela razão, têm que refletir a tempo, e evitar que se promulguem em nosso País leis atentatórias contra o verdadeiro e único matrimônio”.