O Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera, converteu-se de novo no ponto dos ataques de membros do Partido da Revolução Democrática (PRD), que o qualificam de "fariseu" por defender a vida. Ao mesmo tempo, este bloco político lançou com seus aliados um spot televisivo onde se utiliza o drama de uma jovem grávida por uma violação para promover a legalização do aborto no país.

O secretário de Comunicação do PRD, Gerardo Fernández Noroña, ofereceu uma coletiva de imprensa em que assinalou que no debate sobre o aborto "atuou com absoluta má fé por parte de alguns líderes da Igreja Católica", e qualificou de "fariseu" o Cardeal Rivera, acusando-o de carecer de sensibilidade social.

Para Fernández, em matéria de aborto só a mulher pode decidir "se quer ou não ter um filho, esse é todo o tema, e eles (os líderes católicos) acreditam que não tem capacidade de raciocínio, que terá que voltar para idade Média e que a mulher deve calar-se, costurar, ter todos os filhos que o marido empurrar, e esse não é o momento que está vivendo o país".

Novo spot

Enquanto isso, a televisão mexicana se converteu em um novo campo de batalha pela despenalização do aborto. Os deputados do PRD, Alternativa, PT, Convergência e PRI da Assembléia Legislativa do DF, lançaram um spot a favor do aborto que responde ao protagonizado pelo ator cômico Roberto Gómez Bolaños ou "Chespirito" (ator do seriado Chaves).

O novo spot apresenta Paulina Ramírez Jacinto, quem em 1999 quando tinha 13 anos de idade, foi violada por dois assaltantes e terminou grávida. A família de Ramírez tentou submetê-la a um aborto legal mas desistiram depois das recomendações dos médicos e o pedido de numerosos grupos pró-vida. Ela deu a luz a seu filho Isaac, que agora tem 7 anos.

Seu caso foi usado por entidades que promovem a legalização do aborto como o Center for Reproductive Rights argumentando que a pressionaram para que não abortasse. No ano passado este grupo obteve que o Estado indenizasse Paulina.

Agora, Paulina –de 20 anos de idade– aparece na televisão mexicana com o seguinte texto: "Sou Paulina. Meu caso se conheceu em todo o México. Quando tinha 13 anos fui violada e fiquei grávida. Minha vida se cortou. Que bom que à mamãe do Chespirito pode decidir. A mim e a minha família também gostaríamos de poder decidir".