Respondendo a um pedido de mediação arrojado pelo Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo grupo guerrilheiro mais destrutivo na Colômbia, o Episcopado colombiano assinalou que está disposto a sustentar reuniões produtivas em Cuba ou na Venezuela.

O Secretário da Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Fabián Marulanda, afirmou que os bispos estão dispostos a mediar nas conversas entre o governo e a guerrilha marxista, sempre que existir "a vontade política para encontrar soluções à situação de um país que está cansado de tanta demora por parte dos rebeldes".

O ELN pediu no sábado para sustentar uma reunião com os bispos católicos em Cuba ou na Venezuela para apresentar "nossos pontos de vista" em torno dos contatos de paz que realiza com o Executivo; e que a Igreja criticou como ineficazes.

"A Igreja sempre teve a boa disposição de colaborar nos diálogos e nas aproximações com os grupos armados. Outra coisa é que também na Igreja, como em muitos setores, estenda um pouco o desânimo porque não se vê a conclusão efetiva de tudo isso", acrescentou o Prelado.

O governo colombiano e o ELN chegaram a um acordo de retomar em Havana (Cuba), durante a segunda semana de abril, o sexto encontro que ambas as partes sustentam desde que o diálogo começou em dezembro de 2005.

As reuniões até agora não obtiveram nenhum avanço visível na pacificação do país, a libertação dos seqüestrados e a desmobilização da guerrilha.

"O que interessa ao país é precisamente esses acordos de paz, que não se dilatem mais e o país está cansado de tanta conversa sem que se chegue a algo sólido e real", concluiu Dom Marulanda.