A Pontifícia Academia para a Vida emitiu um comunicado hoje onde responde às opiniões vertidas por meios italianos que qualificaram como um "atentado" à soberania dos estados à declaração final do dicastério vaticano ao término de sua 23° Assembléia Geral, e afirmou que estas acusações são "uma afronta à liberdade de pensamento e de expressão".

No texto datado em 21 de março, a Pontifícia Academia explica que interpretar seu comunicado ao término de sua Assembléia Geral "dirigida a todos os que, no mundo, têm parte ativa nas decisões e ações que resguardam a vida humana e sua tutela, como um 'atentado' à soberania do estado ou como uma instigação a cometer um crime, francamente resulta exagerado, instrumental, e sobre tudo, pouco propenso a resguardar a garantia efetiva da liberdade de pensamento e de expressão que constitui o requisito necessário de toda sociedade autenticamente democrática".

Depois de explicar que sua mensagem emitida ao término de sua Assembléia que versou sobre "o delicado problema do recurso à objeção de consciência no âmbito da tutela da vida humana", a Pontifícia Academia afirmou que "como a outros órgãos da Santa Sé, não lhe compete nenhum tipo de intervenção política ou de interferência com os processos democráticos dos estados de nenhum país do mundo".

"Compete aos laicos e a toda pessoa de boa vontade, de acordo às próprias responsabilidades sociais, a tarefa de encontrar as vias concretas e possíveis para pôr em prática as exigências que brotam do reconhecimento da dignidade de todo ser humano e do valor inviolável de sua vida", afirma o comunicado de resposta.

"Mas a Pontifícia Academia para a Vida –continua o texto– tem o direito (que considera como um dever) de contribuir a chamar e a alentar a cada um a exercitar a própria responsabilidade em ordem à tutela da vida humana individual".

Depois de comprometer-se novamente no empenho por defender a vida humana, a Pontifícia Academia finaliza sua enérgica resposta destacando a necessidade da busca comum da verdade, que perseguida com honestidade intelectual e retidão moral, no respeito às distintas visões, será o melhor caminho para alcançar as metas comuns ao serviço do bem autêntico de todo ser humano".