Diversas organizações e personalidades civis deploraram a morte de Inmaculada Echevarría , uma paciente com distrofia muscular progressiva a qual os médicos retiraram o suporte respiratório que recebia há nove anos, por tratar-se de um caso de eutanásia que não tem amparo legal nem moral.

Segundo a presidente da Federação Estatal de Associações Pró-vida, Alicia Latorre, este caso poderia tomar-se "como uma bandeira para abrir as portas à eutanásia" na Espanha.

Para Natalia López Moratalla, doutora em Ciências Biológicas e catedrática de Bioquímica, o caso de Echevarría é "eutanásia pura e dura", pois não houve um "ensinamento inútil sobre sua saúde".

Ao mesmo tempo, o Foro Espanhol da Família (FEF) recordou que ante a dor e as enfermidades terminais se deve "apostar pelos cuidados paliativos e uma medicina humana". "Privar voluntariamente uma pessoa de alimentação ou respiração que a mantêm em vida é abrir uma porta à Eutanásia. Aberta esta porta já não há limites objetivos que permitam manter um compromisso ativo com a vida humana e se dá assim motivo para progressivos abusos, como demonstra a experiência histórica de todos os países que começaram a percorrer esse caminho", assinalou.

Por sua parte, o Presidente da Associação Espanhola da Bioética (AEBI), Manuel de Santiago, criticou o "contra-senso" entre duas decisões tomadas por dois governos socialistas: a de desconectar do respirador a Inmaculada Echevarría, e a de alimentar forçosamente o terrorista do ETA Iñaki de Juana Chaos enquanto permanecia em greve de fome.

Echevarría faleceu às 21:00 horas de ontem no Hospital São João de Deus de Granada, para onde foi transferida a pedido da clínica privada São Rafael. A paciente tinha 51 anos de vida e desde os 11 sofria uma enfermidade que a fez perder a mobilidade de quase todo seu corpo. Há nove anos necessitava um respirador para manter-se com vida.

Embora o hospital no qual Inmaculada foi desconectada leva por nome São João de Deus, este não pertence à ordem hospitalar fundada pelo santo português, mas sim depende do Serviço Andaluz de Saúde (SEJA).