A Conferência Episcopal Portuguesa anunciou que não participará dos trabalhos anunciados pelo Governo para regular a nova lei que despenalizou o aborto sob qualquer motivo nas 10 primeiras semanas de gestação.

Segundo o porta-voz do Episcopado, Carlos Azevedo, "não nos interessa para nada colaborar com uma lei que é injusta", e advertiu que os cristãos no Parlamento "tentaram que a lei fosse o menos má possível, mas isso é um assunto de cada um".

Em 8 de março passado o Parlamento aprovou a nova lei com os votos a favor do Partido Socialista (PS), do Partido Comunista Português (PCP), Os Verdes, o Bloco da Esquerda e 21 deputados do conservador Partido Social Democrata (PSD).

Desde Fátima, o Conselho Permanente do Episcopado português fez um chamado a ampliar a defesa da vida mais à frente do aborto e ofereceu "um olhar de misericórdia e perdão" a quem opte pelo aborto. Do mesmo modo, recordou aos agentes sanitários que "a consciência cristã implica que não colaborem com qualquer ato que seja um atentado à dignidade de um ser humano".