Em um artigo publicado no Jornal Católico da diocese de São Cristóvão, Dom Mario Moronta, Bispo da diocese, assinalou que Jesus Cristo não é nem "um socialista" nem um "guru", mas sim o Filho de Deus.

"A Pessoa de Jesus, com seus feitos e ensinamentos, sempre suscitaram assombro e admiração, em muitos, assim como questionamento e até rechaço por parte de outros", escreve Dom Moronta; e explica que há razões sérias para isso: em primeiro lugar, é o Filho de Deus feito homem, o que se aceita eminentemente pela fé; em segundo lugar, pela força de sua predicação, que inaugura um novo modelo de atuação apoiado no amor, que inclui o perdão; em terceiro lugar, pela missão que veio para cumprir em meio aos seres humanos: sua própria salvação, com o qual dá a possibilidade de converter-se em filhos de Deus".

"Também nos tempos mais modernos –diz o Prelado em seu artigo–, a pergunta sobre Jesus não faltou. A resposta é dada de acordo com os mesmos que perguntam: há quem tem chegado a afirmar que é um extraterrestre, vindo de quem sabe que planeta ou galáxia, para cumprir uma missão. Há os que afirmaram que é uma espécie de 'guru', que logo depois de sua morte em Israel teria viajado a terras do extremo Oriente para alcançar plena sabedoria. Há os que afirmam que é um grande mestre de sabedoria. Inclusive não faltou quem chegasse a dizer que era um mito ou uma invenção dos primeiros cristãos".

"Em nosso continente latino-americano, não se deixou de responder a inquietante pergunta sobre Ele", escreve Dom Moronta, e explica que também "foi identificado como 'revolucionário', 'guerrilheiro': até o pintaram crucificado em cruz feita de fuzis. Ultimamente, no debate nacional, foi apresentado como 'socialista'".

O Bispo de São Cristóvão recorda no artigo que "em todos os tempos, o não ver Jesus em sua justa dimensão produz em muitos a reação contra a Igreja, Mãe e Mestra".

"Por isso –recomenda–, mais que enfrentar-se com quem não vai entender as razões da Igreja, o que temos que fazer é indicar onde está a fonte de todas as respostas: no Evangelho, que é Palavra de Deus", que é onde se encontra a profissão de fé de Pedro: "Tu é o Messias, o Filho de Deus vivo". "Aqui está a autêntica resposta à pergunta sobre Jesus. É o reconhecimento de sua missão divina, de sua divindade, de seu objetivo final, a salvação da humanidade", afirmou.

"Quando se afirmar alguma coisa sobre a pessoa de Jesus –escreve também Dom Moronta–, a atitude dos fiéis em Cristo têm que ser a que nos inspira o Evangelho: uma profissão de fé, feita sem vacilos e sem medos, não para condenar ao outro, mas sim para convidá-lo a que entenda qual é o verdadeiro significado da existência, pessoa e obra de Jesus, o Senhor".

"Portanto, nem revolucionário, nem socialista, nem hippie, nem filósofo, nem demiurgo, nem extraterrestre, nem fantasma, nem mito: Jesus é o Senhor, o Filho de Deus Vivo, O Salvador, a Palavra encarnada que nos deu a conhecer o mistério e intuito de Deus, o Princípio e o Fim, a Testemunha Fiel, o mesmo Ontem, Hoje e Sempre", conclui o Prelado.