Em sua reflexão semanal no programa "Chaves para um Mundo Melhor", o Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, advertiu que está sendo criado na Argentina clima para despenalizar o aborto mediante os "males chamados abortos terapêuticos" e com a "pílula do dia seguinte".

O Prelado denunciou que estas são campanhas "que leva adiante o Ministério de Saúde da Nação com um zelo digno de melhor causa e cumprindo com fidelidade as ordens estratégicas do 'Relatório Kissinger'", o famoso relatório que recomendava reduzir dramaticamente a população da América Latina para mantê-la sob controle.

Dom Aguer exortou aos espectadores dizendo: "Peço-lhes que ecoem, porta-vozes desta verdade: a pílula do dia seguinte é certamente, e verdadeiramente abortiva!".

Em relação ao caso de Mar del Plata, onde uma juíza autorizou o aborto para uma menor violada pelo amante de sua mãe, o Prelado recordou que se tratava de "um aborto mau chamado terapêutico, porque terapêutico significa curativo e não se vê o que é o que deve curar um aborto".

"A juíza da primeira instância pensou que aqui podia ser aplicado o 1º inciso do Artigo 86 do Código Penal segundo o qual não se penaliza um aborto quando praticado para evitar o risco de vida da mãe", mas "não se referia a um risco ou perigo físico para a saúde da mãe mas sim à saúde psíquica".

O Arcebispo comentou a respeito, que a Corte Suprema de Justiça Portenha "não teve que expedir-se porque se produziu uma interrupção natural da gravidez" mas advertiu que " há no Congresso da Nação vários projetos que tentam ampliar esta concessão deficiente, anticonstitucional, de nosso Código Penal para incluir ali a saúde psíquica e social da mãe é o caminho para liberar completamente este crime abominável, como o aborto era chamado no Concílio Vaticano II!", advertiu.

Dom Aguer observou "como está sendo criado um clima favorável à legalização do aborto e se busca sempre uma fresta por onde ampliar estas concessões, como digo, deficientes da legislação atual".

Sobre "a pílula do dia seguinte" e as campanhas do Ministério de Saúde da Nação, o Arcebispo de La Plata explicou que a apresenta "como uma anticoncepção de emergência" mas que "não se diz, não quer aceitar e admitir, é que tem também um efeito abortivo porque produz tais alterações na mucosa do útero que impedem a adesão do zigoto, quer dizer, do ser humano já concebido e em conseqüência efetua um aborto prematuro".

Acrescentou que alguns folhetos com as indicações médicas "em letra muito pequenas" reconhecem "que além do efeito de impedir a fecundação tem um efeito anti-implantação", o qual provoca "ao zigoto, no qual se encontra toda a realidade desse ser humano, em seu estado inicial do desenvolvimento, impedindo de aderir-se no seio de sua mãe, onde possa desenvolver-se até o dia do nascimento".

Dom Aguer resgatou a presença de "médicos, sanitaristas, e cientistas que não reconhecem o direito à vida do instante da concepção mas que admitem, honestamente, que a ação destas pílulas produz um micro-aborto".

"O que está ocorrendo hoje na Argentina é algo gravíssimo, porque como em outros campos da bioética o Ministério de Saúde da Nação está realizando uma campanha devastadora. Fez com a famosa Lei de Saúde Sexual e Procriação Responsável, com a facilitação da esterilização cirúrgica e agora com esta distribuição maciça da pílula do dia seguinte", advertiu o Arcebispo platense.

"Querem negar a evidência científica que afirma a existência de um novo ser humano no instante da concepção", concluiu.