BUENOS AIRES, 12 de mar de 2007 às 18:25
Em sua reflexão semanal no programa "Chaves para um Mundo Melhor", o Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, advertiu que está sendo criado na Argentina clima para despenalizar o aborto mediante os "males chamados abortos terapêuticos" e com a "pílula do dia seguinte".
O Prelado denunciou que estas são campanhas "que leva adiante o Ministério de Saúde da Nação com um zelo digno de melhor causa e cumprindo com fidelidade as ordens estratégicas do 'Relatório Kissinger'", o famoso relatório que recomendava reduzir dramaticamente a população da América Latina para mantê-la sob controle.
Dom Aguer exortou aos espectadores dizendo: "Peço-lhes que ecoem, porta-vozes desta verdade: a pílula do dia seguinte é certamente, e verdadeiramente abortiva!".
Em relação ao caso de Mar del Plata, onde uma juíza autorizou o aborto para uma menor violada pelo amante de sua mãe, o Prelado recordou que se tratava de "um aborto mau chamado terapêutico, porque terapêutico significa curativo e não se vê o que é o que deve curar um aborto".
"A juíza da primeira instância pensou que aqui podia ser aplicado o 1º inciso do Artigo 86 do Código Penal segundo o qual não se penaliza um aborto quando praticado para evitar o risco de vida da mãe", mas "não se referia a um risco ou perigo físico para a saúde da mãe mas sim à saúde psíquica".
O Arcebispo comentou a respeito, que a Corte Suprema de Justiça Portenha "não teve que expedir-se porque se produziu uma interrupção natural da gravidez" mas advertiu que "já há no Congresso da Nação vários projetos que tentam ampliar esta concessão deficiente, anticonstitucional, de nosso Código Penal para incluir ali a saúde psíquica e social da mãe é o caminho para liberar completamente este crime abominável, como o aborto era chamado no Concílio Vaticano II!", advertiu.
Dom Aguer observou "como está sendo criado um clima favorável à legalização do aborto e se busca sempre uma fresta por onde ampliar estas concessões, como digo, deficientes da legislação atual".
Sobre "a pílula do dia seguinte" e as campanhas do Ministério de Saúde da Nação, o Arcebispo de La Plata explicou que a apresenta "como uma anticoncepção de emergência" mas que "não se diz, não quer aceitar e admitir, é que tem também um efeito abortivo porque produz tais alterações na mucosa do útero que impedem a adesão do zigoto, quer dizer, do ser humano já concebido e em conseqüência efetua um aborto prematuro".
Acrescentou que alguns folhetos com as indicações médicas "em letra muito pequenas" reconhecem "que além do efeito de impedir a fecundação tem um efeito anti-implantação", o qual provoca "ao zigoto, no qual se encontra toda a realidade desse ser humano, em seu estado inicial do desenvolvimento, impedindo de aderir-se no seio de sua mãe, onde possa desenvolver-se até o dia do nascimento".
Dom Aguer resgatou a presença de "médicos, sanitaristas, e cientistas que não reconhecem o direito à vida do instante da concepção mas que admitem, honestamente, que a ação destas pílulas produz um micro-aborto".
"O que está ocorrendo hoje na Argentina é algo gravíssimo, porque como em outros campos da bioética o Ministério de Saúde da Nação está realizando uma campanha devastadora. Fez com a famosa Lei de Saúde Sexual e Procriação Responsável, com a facilitação da esterilização cirúrgica e agora com esta distribuição maciça da pílula do dia seguinte", advertiu o Arcebispo platense.
"Querem negar a evidência científica que afirma a existência de um novo ser humano no instante da concepção", concluiu.