O Presidente da Conferência Episcopal Equatoriana (CEE) e Bispo de Machala, Dom Néstor Herrera Heredia, chamou os equatorianos a manter a calma e a unidade, e a pôr de sua parte para sair da crise política desatada pela destituição de 57 parlamentares por parte do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).

A crise se originou quando 52 dos cem deputados que formam o Congresso convocaram o Presidente do TSE, Jorge Deita, por respaldar o referendum sobre reforma constitucional e convocação para uma Assembléia Constituinte, sem a prévia aprovação do Parlamento. Além disso, outros cinco congressistas apresentaram uma demanda de inconstitucionalidade contra tal convocação. Ante isso, quatro dos sete magistrados destituíram 57 congressistas que iniciaram ações contra o Tribunal, o que originou episódios de violência nas ruas da capital equatoriana.

Em sua mensagem, Dom Herrera pediu aos equatorianos calma e unidade, embora expressasse que o enfrentamento entre ambas as instituições "desatou uma crise político-jurídica jamais vista no Equador, como conseqüência da manipulação mais áspera do poder e do jogo político desonesto por conseguir prebendas de todo tipo, ocultas do povo e em pactos e alianças incoerentes".

O Prelado advertiu que "os atos de violência desatados em Quito" e transmitidos ao mundo, "não prestigiam de modo algum ao TSE, nem ao Congresso Nacional nem ao Governo, protagonistas de todo o acontecido".

Por isso, disse que nesta hora de confusão "a Igreja faz um chamado aos equatorianos a manter a calma e a paz". Também pediu "aos jurisconsultos probos e aos magistrados dignos" a colaborar com seu critério ponderado e amor ao país. "O Equador não merece nem pode aceitar esta situação a que se vê avocado", assinalou.

Finalmente, depois de afirmar que "ainda estamos em tempo para deter a derrota que nos assola", o Presidente da CEE exortou para pedir "a Deus e à Virgem Santíssima que não nos desamparem nestas horas de incerteza e nos ajudem a salvar o país".

A destituição dos 57 congressistas é apoiada pelo Presidente Rafael Correia, quem promove a convocação de uma Assembléia Constituinte para reformar a Constituição, uma de suas promessas eleitorais. Atualmente o Congresso, bloqueado por mais de 300 policiais, não pode fazer a sessão já que não pode reunir o quorum mínimo estabelecido.