Após saber que um hospital estabeleceu um protocolo de atuação elaborado de acordo com as autoridades judiciais pelo quais se legaliza a eutanásia infantil na Holanda, o vice-presidente da Academia Pontifícia para a Vida, Dom Elio Sgreccia, reafirmou a oposição da Igreja que reprova qualquer tipo de eutanásia.

"Devemos repetir com a máxima firmeza que nada nem ninguém pode nos dar permissão para matar  um ser humano inocente, quer seja um feto, um embrião, uma criança, um adulto, um idoso ou um doente em sua incurável agonia", escreveu Dom Sgreccia ao L’Osservatore Romano, o jornal porta-voz oficial da Santa Sé.

Nele, o funcionário vaticano fazia referência a um acordo entre as autoridades judiciais dinamarquesas e o nosocômio da cidade do Groningen para estender as possibilidades de eutanásia às crianças menores de 12 anos que se encontrem na fase final de sua enfermidade.

"Ninguém pode reclamar uma responsabilidade tão homicida para si mesmo ou para outra pessoa. Nenhuma autoridade pode impô-lo ou permiti-lo legitimamente. Isto é uma violação da lei divina, uma ofensa para a dignidade da pessoa humana, um crime contra uma vida e um ataque contra a humanidade", opinou o Prelado.

O protocolo que tem a aprovação das autoridades judiciais holandesas torna virtualmente impossível que os médicos possam ser acusados de assassinato e causou uma corrente de rejeição em diversos setores profissionais e da sociedade no mundo.