O diretor do Birô Estatal de Assuntos Religiosos da China, Ye Xiaowen, insistiu em culpar o Vaticano pela falta de avanços para a restauração das relações diplomáticas com seu país , e assegurou que a brecha com a Santa Sé "ainda é grande".

Em declarações ao jornal South China Morning Post, Xiaowen assinalou que o Vaticano resiste a aceitar as duas condições expostas por Pequim para restaurar as relações diplomáticas: que rompa vínculos com Taiwan , e que não participe dos assuntos internos da China, como a nomeação de bispos.

"Só se o Vaticano consente nestes dois princípios as relações poderão seguir desenvolvendo-se. Atualmente não os aceitaram. É obvio, a brecha é ainda grande", assinalou.

A autoridade chinesa fez estas declarações desde Pequim durante a sessão da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

Xiaowen também afirmou que o Governo espera "com muito interesse" a anunciada carta do Papa Bento XVI aos católicos chineses.

Pequim e o Vaticano romperam suas relações diplomáticas em 1951, quando com a chegada ao poder de Mao Tse Tung o Governo lançou uma vasta campanha de repressão contra todas as organizações cristãs, acusadas de "contra-revolucionárias". Em 1957, as autoridades permitiram o nascimento da Igreja Patriótica, cujos bispos são autorizados pelo governo, o que levou a criação de uma Igreja clandestina, fiel ao Papa.