O Governo da Andaluzia deve decidir nos próximos dias se autorizar a uma paciente com distrofia muscular a suspender os aparelhos de respiração artificial que a mantêm com vida, em um polêmico caso que confunde o direito a rechaçar tratamentos médicos desproporcionados com a legalização da eutanásia.

Inmaculada Echevarría, de 51 anos de idade, pede para ser desconectada do aparelho de assistência respiratória e conseguiu o consentimento de um órgão consultor da Junta de Andaluzia. O problema é que esta entidade considerou que a solicitação de Echevarría se apóia no "rechaço do tratamento" manifestado pela paciente, um direito já reconhecido pela lei espanhola que não permite a eutanásia.

Este direito implica suspender tratamentos que, por exemplo, prolongam a agonia de pacientes terminais. Entretanto, Echevarría não é uma doente terminal e desconectar o respirador supõe sua morte.

"Estou farta de viver assim e de depender de todo o mundo; quero uma injeção que me paralise o coração", assinalou Inmaculada, que há nove anos vive hospitalizada.

Segundo a imprensa espanhola, se o governo andaluz decide aceitar a solicitação de Echevarría  permitindo desconectar a assistência respiratória da enferma, geraria um precedente a favor da eutanásia na Espanha.