O Arcebispo de Manágua, Dom Leopoldo Brenes, fez um chamado ao Governo para que respeite o emprego de centenas de nicaragüenses que foram despedidos de seus postos no Executivo.

Conforme informa o jornal El Nuevo Diario, o Prelado disse que "há um clamor, é a tristeza do povo de ficar sem emprego". "Às vezes são empregados menores, que não têm salários tão grandes e às vezes sentem que em algum momento podem ser despedidos. Alguém me externava: 'Somos cinco e sou o único que estou trabalhando, se perder o trabalho onde vou encontrar outro?'", expressou.

Dom Brenes também relatou que os sacerdotes informam da situação nas paróquias, e disse esperar que o Governo escute o clamor do povo. "Sabemos que o Estado é o grande empregador, eu diria que se tome as coisas com calma, que se deixe guiar pela luz do Espírito Santo; o grande clamor durante a campanha política era a necessidade de emprego, agora o problema é que os que não têm emprego ainda não o têm, e os que sim o têm, correm o risco de serem despedidos", afirmou.

Recomendou aos novos ministros deslocar os empregados que não gozem de sua confiança, mas que "não tire seu trabalhinho " e pediu ao Presidente Daniel Ortega resolver o desemprego e garantir o posto de trabalho dos que ainda estão no Executivo, conforme ao estabelecido na Lei de Serviço Civil e Carreira Administrativa.

Os deputados da Aliança Liberal Nicaragüense (ALN) Rafael Córdova e Alejandro Bolaños, visitaram ontem ao Arcebispo para conversar sobre a situação. Em tal reunião, Bolaños, Presidente da Comissão Trabalhista do Parlamento, indicou que "há um montão de gente que está sendo jogada à rua e substituída por militantes" do partido do Governo.