Em que pese a que anteriormente tinha votado em contra no Congresso e se absteve de fazê-lo na Comissão de Justiça do Senado, o Partido Popular (PP) apoiou na quarta-feira passada no Plenário do Senado a Lei de Identidade de Gênero que constitui, segundo amplos setores da sociedade, um atentado contra a família, o matrimônio e os direitos do menor.

Sobre a inesperada conduta do PP em relação à *lei que permitirá a mudança de identidade sexual sem necessidade de intervenção cirúrgica alguma*, o porta-voz popular, Evaristo Nogueira, declarou que "a Câmara Alta é de segunda leitura e esfriamento, e leva a uma maior reflexão" e defendeu os transexuais, que "levam uma luta muito importante há muitos anos".

Segundo a plataforma Hazteoir.org (HO), "com o apoio desta lei por parte do PP, o centro-direita espanhol dá luz verde à *adoção por casais do mesmo sexo*. O artigo 7 do texto aprovado permite que os casais de lésbicas se inscrevam como progenitoras no Registro Civil, convertendo as duas em mães da criança que uma delas tenha ou tenha tido por inseminação artificial".

Seu Presidente, Ignacio Arsuaga, denunciou que "a incoerente atitude do Partido Popular cheio de preocupação com seu eleitorado mais fiel". "Cidadãos e, possivelmente porque seja o que mais preocupe, eleitores, que não entendem como a partida que em 2006 *apresentou recurso de inconstitucionalidade contra a Lei* que autoriza o matrimônio e adoção por parte de homossexuais, em 2007 aprove a adoção por parte de lésbicas e se
dobra aos ditados da esquerda em matéria de transexualidade".

Segundo Arsuaga, o líder do PP, Mariano Rajoy, "terá que explicar o que fica daquele recurso de inconstitucionalidade, se seu partido seguir considerando o matrimônio como a união de um homem e uma mulher para formar uma família" e se a partir de agora o partido que o lidera "defende que as crianças possam ser adotadas por dois homens ou duas mulheres, perdendo definitivamente seu direito a ter um pai e uma mãe".