HAVANA, 23 de fev de 2007 às 18:29
O Arcebispo da Santiago de Cuba, Dom Pedro Meurice Estiú, fez um chamado aos católicos do país a trabalhar pela reconciliação na Ilha, durante a Missa de despedida que celebrou o dia 18 de fevereiro, antes de se aposentar.
Em seu discurso de despedida, Dom Meurice afirmou que é necessário "renovar nossas práticas pastorais e ainda em nossa própria formação temos que pôr muitas coisas ao contrário de como estão agora. Isto é, primeiro trabalhar pela reconciliação".
"Eu espero que venha um dia esplendoroso, um dia de sol no qual todos os cubanos pensem como pensam; creiam ou não creiam em Deus; estejam onde estiverem, dentro de Cuba ou fora de Cuba; todos sofrendo por Cuba e esperando por Cuba, chegará o dia em que tanta dor e tanto sofrimento, tanto trabalho, tanto suor, não serão em vão, darão seu fruto e fruto abundante. E nós todos poderemos gozar de alegria, de paz, de unidade", disse emocionado.
Do mesmo modo, o Prelado recordou que "não há Cristianismo, não há Igreja Católica se não houver o Culto verdadeiro a Deus em Espírito e na Verdade, sem culto não há Igreja Católica".
Dom Meurice afirmou em seguida que "se não há oração não há fé, se não há culto ao Deus verdadeiro não há crescimento na fé" e que "somos discípulos de um crucificado. Se a cruz não estiver em meio a nós, e se não vivermos a cruz simplesmente não somos cristãos".
Ao comentar que será Arcebispo Emérito de Santiago de Cuba, Dom Meurice comentou que "eu não gosto de dizer retirar, pois isso se parece com retirada, prefiro dizer aposentadoria, porque vem de júbilo, de alegria ".
Logo depois de reconhecer o esforçado trabalho evangelizador de seus paroquianos, o Prelado agradeceu: a "Deus por meus setenta e cinco anos e pelos quarenta anos de Arcebispo", assim como a sua família e amigos, especialmente "Dom Enrique Pérez Serantes, que me ungiu sacerdote".
Ao fazer um "última pedido" a seus paroquianos, o Arcebispo disse que "Cuba não muda se não pedimos a Deus com uma insistência e uma perseverança renovadas. Há que orar, orar, orar, orar... Rezar, rezar, rezar... para arrancar de Deus por intercessão de nossa Mãe, Maria da Caridade, essa graça".