O Bispo de Mar del Plata, Dom Juan Alberto Puiggari, lamentou a decisão de um tribunal da cidade que autorizou o aborto de uma menor grávida como conseqüência de uma violação.

Em sua carta de resposta à decisão judicial, o Prelado argentino destaca que "toda pessoa humana mediante o uso de sua inteligência e não só pela fé pode chegar a descobrir que a vida humana se inicia no momento da concepção ".

O Bispo destaca além disso que "proteger a vida da mulher e sua saúde da violência requerem uma ação séria e comprometida da justiça e de toda a sociedade provendo com os meios necessários para cuidar, acompanhar e sustentar às pessoas em situações que muitas vezes são, inclusive, difíceis de suportar, de assumir e de superar".

"Não obstante –adiciona–, devemos olhar esta complexa realidade em sua totalidade: uma vez que uma concepção se produziu, por mais dramático que seja o contexto no qual aconteceu, aparece em cena um ser humano débil, indefeso e silencioso que nada pode por si mesmo".

Por isso, Dom Puiggari pergunta: "A dramaticidade da situação pode nos fazer esquecer-se deste ser humano inocente? A gravidade da situação pode justificar a eliminação deliberada de um ser humano inocente no início de sua existência?".

"A um mal como é o trauma da violência e do abuso sofrido por uma mulher se pode adicionar outro drama, mais tremendo, como é a eliminação deliberada de um ser humano na fase inicial de sua existência? Por trágicas que sejam as circunstâncias devem recordar que nenhum mal será jamais solucionado adequadamente optando por um mal maior".

"Haverá realmente alguma circunstância que justifique que matemos um ser humano indefeso que foi crédulo aos cuidados de todos? A boa notícia da vida humana deve nos levar a tomar consciência: terminar com uma vida humana não pode ser realmente uma solução", escreve o Prelado.

"Ao iniciar esta Quaresma elevo minha oração a Deus implorando que ilumine as consciências de quem tem a responsabilidade de proteger a vida", conclui o comunicado do Pastor.