Os líderes anglicanos reunidos em cúpula em Dar es Salaam, Tanzânia, deram um ultimato aos episcopalianos nos Estados Unidos para que não ordenem mais sacerdotes nem bispos homossexuais nem abençoem uniões de pessoas do mesmo sexo.

No documento divulgado pela BBC, os anglicanos insistem aos bispos americanos a não autorizar a ordenação de bispos que "coabitem com outra pessoa do mesmo sexo a menos que se produza um novo consenso nessa matéria em toda a comunidade anglicana" e a obter um "pacto inequívoco pelo qual não autorizarão nenhuma cerimônia de bênção para as uniões entre pessoas do mesmo sexo".

Desde não garantir as ações solicitadas antes de 30 de setembro, "se ressentirão no melhor dos casos" as relações entre episcopalianos e o resto dos anglicanos, assinala o comunicado.

Por sua parte, o arcebispo de Canterbury e líder máximo da comunhão anglicana, Rowan Williams, qualificou o documento de "provocação para as duas partes" em conflito. "É um desafio para a Igreja Episcopaliana, que deverá esclarecer sua posição, mas também para todos aqueles que intervieram desde distintos lugares, quem deverá tentar negociar um acordo aceitável e eqüitativo", acrescentou.

O arcebispo Peter Akinola da Nigéria é quem está liderando os anglicanos que pediram aos episcopalianos para não ordenar mais homossexuais nem abençoar uniões deste tipo.

Informou-se também que para mostrar sua desconformidade com a ordenação da bispa episcopaliana Katharine Jefferts Shori, sete dos 35 bispos anglicanos que participaram da reunião na Tanzânia se negaram a compartilhar a comunhão com ela.

A crise na comunhão anglicana se iniciou em 2003 com a ordenação do bispo episcopaliano Gene Robinson, quem declarou publicamente sua homossexualidade.