Diante do incremento da tensão nacional produzida pelo confronto entre o Congresso e o Presidente Rafael Correia, a Conferência Episcopal Equatoriana lançou um enérgico chamado à reconciliação entre os poderes para evitar o incremento da violência no país.

Milhares de seguidores do partido do Presidente Correia “Aliança País”, que carece de representação no Congresso, tomaram a sede do Poder legislativo para protestar pela oposição da maioria de congressistas ao Referendum que o novo Presidente quer convocar para mudar a Constituição do país.

No comunicado, os bispos assinalam que “os escolhidos para servirem aos equatorianos das diversas funções do Estado são depositários da confiança cidadã e devem comprovar com seus atos e atitudes que a mereceram e que continuam merecendo”.

“Nós, cidadãos, acrescenta o comunicado, esperamos de nosso escolhidos: ânimo generoso, amplitude de olhar e um enfoque global, para guiar os equatorianos para que, juntos, forjemos uma Pátria de todos e para todos”.   

Sobre o assunto os prelados assinalam que “nós, equatorianos, não queremos vencedores nem vencidos, queremos, como primeira mudança, a demonstração de que somos capazes de nos comunicar serenamente para descobrir e aceitar a parte de verdade e de bem que uns e outros têm”.

Os bispos aceitam a explicação do governo de que “os atos de violência não são orquestrados”; entretanto, “terá que levar em conta que nas manifestações maciças não prevalecem a razão e são propensas a infiltrações de quem pensa servir ao País com agressões, que tornam a pôr no caminho de violência que desde hoje queremos apagar”.

“Por outro lado, temos que respeitar o desejo cidadão de mudanças profundas”, assinala o comunicado.

“Esperamos que os equatorianos, depositários de nossa confiança, demonstrem ser capazes de ficar de acordo nos esboços fundamentais, que têm que guiar a nova Constituição, se os cidadãos pedirem que seja redigida, afastada de todo sectarismo”, conclui o comunicado.